Mapa amplia os períodos de vazio sanitário da soja para 2022
Medida foi estabelecida para 21 unidades da federação; em MS o período vai de 15 de junho a 15 de setembro
O Mapa (Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento) publicou, nesta quinta-feira (3), a Portaria nº 516 que estabelece os períodos de vazio sanitário para cultura da soja que deverão ser seguidos pelos estados produtores em todo o país durante o ano de 2022. Essa medida fitossanitária é uma das mais importantes para o controle da ferrugem asiática da soja, causada pelo fungo Phakopsora pachyrhizi.
O calendário foi divulgado através de nota distribuída à imprensa pelo portal do ministério.
O vazio sanitário é o período contínuo, de no mínimo 90 dias, em que não pode plantar e nem manter vivas plantas de soja em qualquer fase de desenvolvimento na área determinada. O objetivo é reduzir ao máximo possível o inóculo da doença, minimizando os impactos negativos durante a safra seguinte.
“O vazio sanitário da soja é uma medida consolidada, que já vinha sendo adotada por 14 estados produtores de soja nos últimos anos. No entanto, para reforçar a sua importância e aumentar os seus efeitos, o Mapa ampliou sua abrangência para 21 unidades da federação, além de aumentar o período mínimo obrigatório de ausência de plantas semeadas ou voluntárias no campo de 60 para 90 dias”, explica a coordenadora-geral de Proteção de Plantas, Graciane de Castro.
A soja é o principal produto de exportação brasileira, e atingiu, em 2021, uma produção de 134 milhões de toneladas, segundo dados do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).
A ferrugem asiática é considerada uma das mais severas doenças que incidem na cultura da soja, podendo ocorrer em qualquer estágio. Nas diversas regiões geográficas onde o fungo foi relatado em níveis epidêmicos, os danos variam de 10% a 90% da produção.
Confira os períodos de vazio sanitário para a cultura da soja:
Programa Nacional de Controle da Ferrugem Asiática da Soja – Instituído pela Portaria nº 306/2021, o Programa Nacional de Controle da Ferrugem Asiática da Soja visa o fortalecimento do sistema de produção agrícola da soja, congregando ações estratégicas de defesa sanitária vegetal com suporte da pesquisa agrícola e da assistência técnica na prevenção e controle da praga.
As ações no âmbito do programa são coordenadas pelo Ministério da Agricultura, mas a fiscalização e demais procedimentos são de competência dos estados.
No final de janeiro foi confirmado em Chapadão do Sul (MS), o primeiro caso de ferrugem asiática da soja em lavoura do município, um dos mais importantes polos de produção da oleaginosa do Estado sul-mato-grossense.
O fato já foi informado ao Consórcio Antiferrugem, que nesta terça-feira, 1º, deveria incluir na estatística e mapa de dispersão da doença no Brasil. Até o momento já foram detectados, neste ano agrícola, focos da ferrugem no Rio Grande do Sul, Paraná, São Paulo, Minas Gerais, Bahia, Goiás, Mato Grosso, Tocantins, Piauí e Roraima.