Marun diz que plano de habitação é fundamental ao desfavelamento
Secretário lembra que todos os parques lineares que embelezam e protegem os córregos de Campo Grande começam com a retirada e reassentamento das famílias.
Cerca de 400 famílias realizarão o sonho da casa própria no pacote de obras lançado pela prefeitura. Famílias que atualmente residem nas favelas Nossa Senhora Aparecida (Bairro Coophasul), na Vila Bordon e Cidade de Deus (Bairro Dom Antônio Barbosa), serão beneficiadas com moradias no Residencial Ronaldo Tenuta e na terceira etapa do Residencial José Teruel Filho.
O secretário de Habitação e das Cidades, Carlos Marun, destaca a importância da construção de novas moradias para consolidar o desenvolvimento urbano da Capital e garantir vida digna para as famílias que vivem em condições insalubres, com sub-habitações erguidas precariamente em locais de risco. “Tratar essas famílias com prioridade é compromisso do governo do Estado, que trabalha em parceria com a União e a prefeitura e tem investido para eliminar todas as ocupações irregulares”.
Marun lembrou que todos os parques lineares que embelezam e protegem os córregos de Campo Grande começam com a retirada e reassentamento das famílias. “Pessoas são mais importantes”, observa. “Temos essa meta conosco. De retirar as famílias das favelas. Pois, vejo a favela como uma fratura exposta da sociedade. Temos obrigação de darmos moradia a quem precisa e depende do poder público para que o sonho da casa própria se torne realidade. Por isso, desde a época em que Puccinelli era prefeito temos trabalhado nesse intuito de extinguir as favelas de nossa capital”, afirma.
Desfavelamento - Essa meta foi conquistada, tanto que Campo Grande é a primeira capital sem favelas em área de risco no Brasil. “É uma conquista que muito nos orgulha. Saber que fizemos parte desse feito é para mim sem duvida uma grande satisfação. Agora estamos trabalhando para oferecer moradia a esses novos focos de ocupação irregular. Temos inaugurações previstas para agosto e setembro. Serão quase 400 famílias que sairão dos barracos para tetos dignos”.
Segundo Marun, o trabalho de remoção de favelas é antigo e começou em 2001 com o projeto Integrado Mudando para Melhor – Buriti/Lagoa implantado quando ele dirigia a Empresa Municipal de Habitação – EMHA no ano de 2001.
O projeto teve por objetivo a melhoria de habitabilidade, meio ambiente e qualidade de vida da população local. Foi oferecido atendimento a aproximadamente 3.000 pessoas morando sem o mínimo de condições de salubridade, sem rede de saneamento básico às margens dos Córregos Buriti e Lagoa.
De acordo com Marun para a execução do projeto foram viabilizados recursos na ordem de R$ 10 milhões, frutos parceria da União e da prefeitura de Campo Grande. Além do objetivo citado, foram desenvolvidas ações sociais (profissionalização e geração de emprego e renda); de infraestrutura e equipamentos comunitários.
As famílias foram reassentadas em lotes dotados de infraestutura, localizados no Jardim São Conrado, adjacente a área do projeto. Foram construídas 350 unidades habitacionais, sendo duas delas destinadas aos portadores de necessidades especiais. Paralelamente foram realizadas melhorias nas moradias do loteamento Interpraia e construídas habitações para idosos por meio do Programa Meu Cantinho. Além da realização de regularização fundiária. “O projeto Buriti Lagoa trouxe resultados que impactou positivamente na vida da comunidade, quanto na sociedade campo-grandense. A favela foi extinta, as famílias estão em moradias dignas; houve a eliminação das fontes de poluição dos córregos e recuperação dos mesmos. Fortalecimento da cidadania e melhoria na auto-estima de cada cidadão beneficiado pelo projeto”.
A prova que o Buriti/Lagoa é um sucesso é que ele foi premiado duas vezes e obteve reconhecimento internacional, premiado em Dubai. A experiência foi reaproveitada no Projeto Sóter em 2004 (atendendo a 108 famílias) e no Projeto Imbirussu/Serradinho, atualmente em desenvolvimento, abrangendo a 850 famílias.
Inaugurações - A primeira etapa do Residencial Ronaldo Tenuta será inaugurada no dia 19 de agosto a partir das 9h. Na oportunidade serão entregues as chaves de 430 unidades habitacionais que representam a metade das casas que ali serão oferecidas às famílias com renda de até R$ 1.600,00 (aproximadamente o equivalente a três salários mínimos) conforme previsto no Programa Minha Casa Minha Vida.
O Residencial Ronaldo Tenuta será composto por 860 unidades habitacionais que representam um investimento aproximado a R$ 37 milhões, viabilizados pela União, Estado e Município. A segunda etapa será entregue em data posteriormente divulgada. Entre os beneficiários estarão famílias que atualmente residem nas Favelas Nossa Senhora Aparecida e na Vila Bordon.
Já a entrega da terceira etapa do Residencial José Teruel Filho está marcada para o dia 2 de setembro a partir das 8h30. Quando concluída a entrega serão removidas 362 famílias que residiam na conhecida favela Cidade de Deus localizada no Bairro Dom Antônio Barbosa. Governo do Estado, União e Prefeitura investiram mais de R$ 2,3 milhões para a garantia de teto digno as famílias.
Neste sábado (13) o secretário de Habitação visitará as favelas Nossa Senhora Aparecida e Vila Bordon para conversar sobre como se dará o processo de remoção das famílias para o Residencial Ronaldo Tenuta, localizado nas proximidades do Portal Caiobá.