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Meio Ambiente

Ação humana é maior causa de queimadas e campanha trabalha conscientização

Famasul e Reflore MS lançaram na manhã desta segunda-feira (22) a 7ª Campanha de Prevenção e Combate a Incêndios

Tatiana Marin | 22/04/2019 11:48
Maurício Saito e Moacir Reis no lançamento da campanha de prevenção e combate a incêndios na Famasul. (Foto: Marina Pacheco_
Maurício Saito e Moacir Reis no lançamento da campanha de prevenção e combate a incêndios na Famasul. (Foto: Marina Pacheco_

Com o tema “Queimar é Crime”, a Reflore/MS (Associação Sul-Mato-Grossense de Produtores e Consumidores de Florestas Plantadas) em parceria com a Famasul (Federação da Agricultura e Pecuária de MS), associados e demais órgãos, lançou a 7a Campanha de Prevenção e Combate a Incêndios na manhã desta segunda-feira (22) na sede da Famasul em Campo Grande. Dados confirmam que mais de 90% dos focos são causados pela ação humana, o foco da ação é a informação para prevenir incêndios.

Uma das grandes preocupações, é que pela observação das estatísticas, picos de incidência acontecem após períodos de redução nos focos de incêndio. De acordo com Alexandre Pereira, Analista Ambiental do Ibama (Instituto Brasileiro de Meio Ambiente) , dados da série histórica do Inpe (Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais), com números desde 1998, mostram anos com muitos focos, seguidos de período com poucos. “Há uma preocupação em 2019, por isso a campanha para evitar incêndios é importante”, salientou.

Alexandre Pereira, analista ambiental do Ibama. (Foto: Marina Pacheco)
Alexandre Pereira, analista ambiental do Ibama. (Foto: Marina Pacheco)

Os números mostram que houve redução de 68% de queimadas em 2018, quando foram registrados 2.380 focos, em relação a 2017, com 7.446 focos. Segundo Fábio Duarte, responsável pelo setor de comunicação da Reflore/MS, a diminuição no ano passado aconteceu devido a fatores climáticos.

Entretanto até abril já foram registrados 1024 focos de incêndios, 239% a mais do observado para o mesmo período em 2018, o que coloca Mato Grosso do Sul em quarto lugar no número de focos; no ano passado ficou em 16º. Corumbá é responsável por 57% do número. A costa leste do Estado, com o maciço de florestas plantadas de eucalipto, tem de 8% a 10% da incidência.

Moacir Reis, presidente da Reflore/MS (Foto: Marina Pacheco)
Moacir Reis, presidente da Reflore/MS (Foto: Marina Pacheco)

Apesar dos principais pontos de incidência de incêndios serem no Pantanal, área onde não há florestas plantadas, a campanha também fora na região. “Mas o foco é na área do setor produtivo de celulose na região de Três Lagoas com a Reflore e empresas na região”, afirma Moacir Reis, presidente da Reflore/MS.

Segundo a Reflore/MS, as principais causas de incêndios nas áreas rurais e florestais devem-se à falta de informação ambiental, por isso os esforços são investidos na disseminação de informação para a população em geral e treinamentos. Com este panorama, o Senar/MS (Serviço Nacional de Aprendizagem Rural de MS) e o Corpo de Bombeiros está oferecendo o Curso de Coordenação de Brigadas de Incêndio. Em 2018 foram mais de 400 alunos treinados nos 30 cursos de prevenção e combate a incêndios florestais, realizado pelo Senar/MS.

Coronel Joilson, comandante geral do Corpo de Bombeiros. (Foto: Marina Pacheco)
Coronel Joilson, comandante geral do Corpo de Bombeiros. (Foto: Marina Pacheco)

O Coronel Joilson Alves do Amaral, Comandante Geral do Corpo de Bombeiros, disse que neste ano a corporação já atendeu 1300 ocorrências em pastagens e vegetação. Ele adiantou que em junho todas as equipes serão mobilizadas com aumento de escalas e equipamentos para atuar na resposta, já que a incidência aumenta entre julho e outubro.

Em relação ao Curso de Coordenação de Brigadas de Incêndio, o comandante explicou que brigadas receberão treinamento para que possam atuar na primeira resposta quando houver incêndio até a chegada do Corpo de Bombeiros com aparato de viaturas e conhecimento técnico, que vai se utilizar também das brigadas.

Representando o governador Reinaldo Azambuja, Jaime Verruck, secretário estadual de Meio Ambiente, Desenvolvimento Econômico, Produção e Agricultura Familiar, chamou a atenção para questão econômica em relação às florestas plantadas de eucalipto. “São mais de 1,1 milhão de ha. A importância (da campanha) para a economia do Estado é fundamental. Há toda uma cadeia de produção de celulose. Uma floresta queimada não serve mais para o propósito”.

Jaime Verruck, titular da Semagro. (Foto: Marina Pacheco)
Jaime Verruck, titular da Semagro. (Foto: Marina Pacheco)

“Outra questão é impacto ambiental na biodiversidade. Incêndios levam à perda de flora e fauna e existe a dificuldade de recuperação de uma área queimada. A maioria dos incêndios começam com o fator humano, é um grande problema. A população deve saber comunicar”, disse Verruck sobre a questão ambiental.

O presidente da Famasul, Maurício Saito, disse que há uma evolução entre os produtores rurais de Mato Grosso do Sul neste sentido. “Os produtores são exemplo da não utilização de técnicas atrasadas. Utilizamos floresta para integração com demais atividades agrícolas e pecuária”, destacou.

Campanha - As ações da campanha vão contar com peças publicitárias, aulas e palestras educativas, inclusive em escolas para ensinar as crianças, olhando para um resultado a longo prazo. O tema “Queimar é Crime”, chama a atenção para a lei 9.605, que pode gerar multas e penas de reclusão de três a cinco anos.

Entre as ações há também uma intensificação da disseminação das informações através de panfletagem no Dia Mundial do Meio Ambiente, celebrado no dia 5 de junho. A distribuição será concentrada na rodovia BR-262 nas regiões de Água Clara e Três Lagoas, com apoio do Ibama, PRF (Polícia Rodoviária Federal) e PMA (Polícia Militar Ambiental).

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