Após árvore “virar pó”, quem frequenta Praça do Rádio reclama do “solão”
De acordo com a Semadur, a "falsa-seringueira" estava para cair por causa do "péssimo estado fitossanitário"
Um das principais sombras para quem frequenta a Praça do Rádio Clube está virando pó. Nesta manhã, funcionários da Prefeitura de Campo Grande continuavam a cortar os galhos da "falsa-seringueira" e a jogá-los em triturador.
A reclamação de quem frequenta o espaço, principalmente para os passageiros do transporte coletivo que esperam pelos ônibus na Avenida Afonso Pena, é com o “solão”.
O motorista Francisco da Costa Braga, de 52 anos, veio de Porto Velho, em Rondônia, para Campo Grande há dois meses, há dois meses. Ele nem tem apego sentimental pela árvore de 25 metros de altura. Lamenta mesmo é pelo calor. “Agora sem ela vai ficar mais quente a parada do ônibus, mesmo que tem cobertura, as folhas refrescavam. Mas, se estão falando que está podre e oferecendo risco, no meu entendimento, tem que arrancar”.
Walter Arantes Freitas, 63 anos, estava sentado em banco da praça quando a reportagem se aproximou. “Não tem coisa melhor que você sentar e apreciar a natureza. Essa energia aqui é boa demais”, afirma.
O aposentado não concorda com a remoção da árvore. Acha que ela deveria, de alguma forma, ser preservada. “Concordo em cortar para não prejudicar as pessoas, mas arrancar ela é um absurdo. Essa árvore limpa o oxigênio, ajuda a gente a respirar, faz parte nossa vida, eu não concordo”.
Está para cair - De acordo com a Semadur (Secretaria Municipal de Meio Ambiente e Desenvolvimento Urbano), a "falsa-seringueira" está em “péssimo estado fitossanitário”. As infestações de cupim e fungos são consideradas sistêmicas, e os ramos mais altos e espessos da árvore, os mais afetados.
Pela análise, há risco de queda e “consequentes danos à integridade física de pessoas que circulam no local”. Também há ameaça para a rede elétrica.
O pastor Gustavo Prado, de 44 anos, também acredita que a planta poderia ter sido salva. “Era uma das árvores mais bonitas de Campo Grande. Sempre parei para admirar, dá dó de ver ela assim. As árvores do centro foram tratadas, estruturaras e eu não entendi o motivo do corte dessa”.
A auxiliar de serviços gerais, Adriana dos Santos Caires, de 43 anos, diz que sentirá falta da "falsa-seringueira". “Era uma relíquia para nossa cidade, fica estranho sem ela. A praça não vai ser a mesma de antes, não vai ter mais essa sombra, vamos sentir falta”.
O trabalho no local já dura mais de uma semana, desde que um dos galhos caiu na praça. O Campo Grande News tenta desde ontem saber mais detalhes sobre a análise feita nas árvores da praça, se há mais alguma remoção programada, mas até o fechamento desta matéria, não recebeu retorno da Prefeitura.