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Meio Ambiente

"Assustador", relata ribeirinha sobre ataques de onças no Pantanal

Ecoa acredita que situação está relacionada diretamente com as queimadas ocorridas nos últimos anos

Karine Alencar | 02/08/2022 11:08



Viver perto da natureza sempre foi como estar no paraíso, mas ataques de onças-pintadas a comunidades do Pantanal têm transformado o relacionamento do homem com os felinos em grande preocupação nas regiões de Ladário e Corumbá.

Eliane Aires, moradora da Barra de São Lourenço, relata como é conviver com a presença constante dos animais onde mora. "A gente vive aqui há muitos anos e sempre tivemos um bom relacionamento com as onças, mas ultimamente está sendo assustador, como é que vamos deixar nossas crianças, como é que vamos trabalhar?", questiona a ribeirinha ao Ecoa (Ecologia e Ação).

A Barra do São Lourenço fica localizada em uma área mais afastada em meio ao Pantanal mais selvagem, na região da Serra do Amolar. Apesar da Comunidade ficar em Corumbá, precisa ser acessada através de embarcação pequena, a cerca de 5 horas de viagem.

Segundo a ONG (Organização Não-governamental Ecoa), ataques têm acontecido em Corumbá, na Bahia Negra, em Ladário, e Porto da Manga, além da região do Paiaguás, onde as onças se alimentaram dos cachorros das casas e também de porcos.

Ao falar da situação, Eliane pede que propostas de harmonia sejam alinhadas para manter o convívio entre os humanos e as onças-pintadas. "Esses dias gritei com ela bem de frente da minha janela, ela pegou meu cachorro e eu dizia: larga, larga. Sei que ela faz parte desse ambiente, a gente quer preservar, mas precisamos de apoio agora, porque elas também estão com fome, igual nós, o que estamos passando elas também estão passando. A gente vê com tanta tristeza, que a natureza está fraca, tá triste, infelizmente", enfatiza.

Até o momento, não houve ataque a humanos. Contudo, desde 2021, há relatos constantes de onças em busca de cachorros e outros animais domésticos para se alimentarem.

Resultado do fogo – Alerta emitido pelo Ecoa reconhece que existe grande possibilidade de tal alteração no comportamento das onças estarem relacionados aos incêndios que devastaram o Pantanal nos últimos anos, desestruturando cadeias alimentares.

Pesquisadores do Pantanal, estimaram a morte de 17 milhões de vertebrados como causa direta dos incêndios. Este número é possivelmente menor que o número real, se considerarmos os impactos indiretos dos incêndios.

Tecnologias – De acordo com o IHP (Instituto Homem Pantaneiro), que tem prestado auxílio à população, por meio da implementação de estratégias já testadas pelo programa Felinos Pantaneiros, estão sendo instalados repelentes luminosos em algumas localidades.

O equipamento emite luzes de diferentes cores em formatos e direções variáveis para espantar as onças e também funciona com energia solar. Outra sugestão é o manejo dos animais domésticos, principalmente no período noturno.

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