Bancões de areia se formam no meio do Rio Paraguai e prejudica navegação
Aumento do número de encalhes e colisões com pedras ou outros obstáculos no fundo do rio são os principais riscos
Com o Rio Paraguai abaixo do nível normal e atingindo redução não vista há pelo menos 50 anos, os riscos à navegação são grandes e a Marinha do Brasil em Ladário alerta para atenção redobrada aos navegantes que precisam usar o leito d’água para trânsito ou transporte.
Na carta de aviso aos navegantes, publicada diariamente no site da Marinha, um dos trechos críticos é no Km 1449 do rio, entre Corumbá e a Foz do Rio Apa. Lá, há formação rochosa sobressalente, próxima à margem esquerda. “Recomenda-se cautela na navegação desta área”, diz trecho do aviso.
A assessoria de imprensa da Marinha em Ladário informou que as atuais condições do rio prejudicam a navegação apesar de não impedí-la. Os maiores riscos são “aumento do número de encalhes e colisões com pedras ou outros obstáculos no fundo do rio.”
A corporação indica ainda que já há “redução no tráfego de comboios que transportam minérios, combustíveis e outra cargas” e alerta aos navegantes que “antes de iniciarem a navegação, consultem o Aviso aos Navegantes”.
Para se ter uma ideia, atualmente, as barcaças que normalmente transportavam 2,7 mil toneladas de minério reduziram para menos da metade, chegando a apenas 1,2 mil toneladas. Houve redução na quantidade de embarcações nos comboios também.
“Cabe ressaltar, que esses comboios típicos possuem a flexibilidade de adequar as suas dimensões, reduzindo a quantidade de barcaças para a passagem por esses passos críticos. Atualmente, temos observado comboios com 8 barcaças, quando o normal era de 16 a 20. Nos passos críticos, cada barcaça é transportada individualmente, muitas vezes.”
Fotos encaminhadas à reportagem mostram vários trechos do rio, em Ladário e em Corumbá, onde se formaram bancos de areia bem no meio do rio e nas margens.