Campanha quer salvar córrego tomado pela lama em Piraputanga
O curso de água nasce na Serra de Maracaju, onde avança o cultivo da soja
Mobilização de moradores de Piraputanga, distrito de Aquidauana, coleta assinaturas num abaixo-assinado da campanha “#salvem o córrego das antas”. Na manhã deste sábado (dia 29), o grupo está na praça do distrito e nas entradas da localidade.
Nesta semana, o Campo Grande News mostrou que as águas límpidas foram tomadas pela lama.
O córrego nasce na Serra de Maracaju, corre por chácaras e é tributário do Rio Aquidauana.
“Percebi que descia barro vermelho e as pedras do leito começaram a ficar manchadas, com uma camada fina de lama. Agora, ficou um lamaçal”, afirmou o empresário Jorcelino Rosa da Cunha, 53 anos, na última quarta-feira (dia 26).
Na quinta-feira, dia seguinte à divulgação da matéria, um fazendeiro de 77 anos, que mora em Campo Grande, foi multado em R$ 50 mil. A PMA (Polícia Militar Ambiental) identificou que o manejo do solo em sua propriedade contribuiu com o assoreamento do Córrego das Antas.
Na propriedade rural, foi constatada uma área gradeada preparada com máquinas para o plantio de soja, mas sem as medidas adequadas de conservação do solo. Com isso, formaram-se erosões por onde os sedimentos tem sido carreados para os córregos.
Segundo a PMA, à margem da serra, na parte desmatada há vários processos erosivos, provocados principalmente pelas chuvas recentes, que tem levado areia e galhos da área gradeada para os leitos dos córregos Piraputanga e Benfica. A 122 km de Campo Grande, Piraputanga se destaca por ser roteiro do turismo ecológico.