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Meio Ambiente

Capivaras são caçadas e mortas em área de preservação ambiental

Renata Volpe Haddad | 18/09/2015 17:46
Capivara morto há pelo menos três dias, está dentro da represa, cheirando mal, servindo de comida para peixes e rodeada de moscas. (Foto: Marcelo Calazans/Divulgação)
Capivara morto há pelo menos três dias, está dentro da represa, cheirando mal, servindo de comida para peixes e rodeada de moscas. (Foto: Marcelo Calazans/Divulgação)

Três capivaras foram encontradas mortas na estrada vicinal que dá acesso ao Aeroporto Santa Maria, em Campo Grande. Duas, estavam dentro de um saco e tiveram as pernas arrancadas. Um animal está dentro da represa da Apa (Área de Proteção Ambiental) Lageado, que abastece o córrego que leva o mesmo nome.

A suspeita é de que os animais foram mortos a tiros. A reportagem do Campo Grande News foi até a represa e encontrou uma armadilha para caçar os animais.

Conhecida como Buritizal por atrair aves de diversas espécies no fim do dia, o fotógrafo Marcelo Calazans vai sempre ao local para observar a natureza e registrar os animais. Ele alega que há dois dias resolveu ir até a área e viu os sacos jogados na estrada. "Estava passando e reparei nos sacos. Abri e vi que uma capivara era filhote e outra adulto, dentro dos sacos só estão as cabeças e o couro", alega.

Armadilha para caçar animais foi encontrada na tarde de hoje. (Foto: Marcelo Calazans/Divulgação)
Armadilha para caçar animais foi encontrada na tarde de hoje. (Foto: Marcelo Calazans/Divulgação)

Na APA é proibido pescar e caçar, mas há vestígios destas ações no local. A equipe de reportagem encontrou uma armadilha para caçar os animais escondida na área. Calazans comenta que a capivara que está dentro da represa, foi morta há três dias, pelo menos. "Quando cheguei aqui para observar os pássaros, vi o animal boiando no meio do lago", conta.

Hoje, o animal está na margem da represa, rodeado por moscas, com cheiro forte e servindo de alimentos para os peixes.

Morando há 19 anos no local, o produtor de mudas, Mauri José Mores, 59, afirma que há alguns meses, começou a ouvir tiros próximo a área. "Aqui era tranquilo, mas ultimamente tem muita gente por aqui e sempre aparece capivara morta. Já recolhi corpos da represa e cansei de ouvir tiros de madrugada. Sei que tem muita gente que caça para comer", conta.

Por ser uma área de preservação, é proibido pescar no local, mas o produtor diz que nos fins de semana, principalmente, tem gente pescando. "O local é cercado, mas eles cortam o arame. Perdi as contas de quantas vezes arrumei a cerca, coloco arame farpado, mas sempre dão um jeito de pescar", alega.

A Área de Proteção Ambiental do córrego Lageado, manancial que fornece, em média, 17% da água que abastece Campo Grande, ocupa 52,37 km², divididos entre áreas urbanas e rurais. A APA foi criada em 2001 com o objetivo de recuperar e conservar os recursos hídricos e proteger o ecossistema da região.

Restos de duas capivaras dentro de sacos estão jogados na estrada vicinal. (Foto: Marcelo Calazans/Divulgação)
Restos de duas capivaras dentro de sacos estão jogados na estrada vicinal. (Foto: Marcelo Calazans/Divulgação)
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