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Meio Ambiente

Capivaras estão em toda parte, mas especialista descarta superpopulação

Viviane Oliveira | 13/12/2014 09:58
Em Campo Grande, as capivaras vivem em parques com lagos. (Foto: Marcos Hermínio)
Em Campo Grande, as capivaras vivem em parques com lagos. (Foto: Marcos Hermínio)
Professor Sabino diz que as capivaras são de fácil adaptação. (Foto: Marcos Hermínio)
Professor Sabino diz que as capivaras são de fácil adaptação. (Foto: Marcos Hermínio)

Sem predadores, a capivara, um dos bichos mais queridos de Campo Grande, vive tranquilamente na cidade, principalmente, às margens de rios e lagos. Na água, o mamífero é ágil para nadar, mas em terra caminha devagar e, em algumas regiões até atravessa na faixa de pedestre. Apesar de uma grande população ter se estabelecido em ambiente urbano, o professor doutor em Ecologia, José Sabino, diz que ainda não há superpopulação.

Os principais predadores do animal são as onças e sucuris, que raramente aparecem no meio urbano. Sendo assim, as capivaras, resistentes ao barulho de veículo, presença de humanos e ao chão de asfalto, são de fácil adaptação. “Elas não representam perigo e são toleradas na cidade”, destaca o professor, que ministra a disciplina de comportamento animal no curso de Biologia da universidade Anhanguera/Uniderp.

Apesar disso, José Sabino diz que se ameaçada, como qualquer outro animal silvestre, a capivara vai se defender com unhas grandes e dentes que podem chegar a 7 centímetros. O recomendado é não chegar perto do animal e nem tentar dar comida para os roedores, que se alimentam de grama e vivem de 8 a 10 anos.

Conforme o pesquisador, o lado bacana de Campo Grande é justamente a diversidade de animais que vivem na cidade. “A gente tem o privilégio de conviver com essa fauna urbana, riquíssima principalmente em pássaros. Além de ser educativa, a presença desses bichos mostra que é possível conviver com eles no perímetro urbano, no entanto, cada um tem seu espaço. A pessoa pode admirar e tirar foto, mas sem tocar e dar comida”, alerta.

Quanto à população de capivaras na área urbana, o professor explica que os parques onde esses bichos vivem suportam a quantidade existente e, por enquanto não há superpopulação. “Pode ser que no futuro a gente enfrente um problema maior, mas há medidas de controle, como por exemplo, colocar anticoncepcional na ração das fêmeas. Porém, só se tiver descontrole populacional no futuro, por enquanto não tem”, explica.

As capivaras andam em bando uma atrás da outra, como se tivessem fazendo trilha. A reprodução delas acontece o ano todo e a fêmea pode ter duas gestações por ano, sendo que em cada uma o número de filhotes pode chegar até oito. “Elas não são domesticadas e devem ser tratadas e respeitadas como animais silvestres,” destaca.

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