Condutores abusam da velocidade e quatis e capivaras são atropelados
Dois quatis e duas capivaras foram encontrados mortos na manhã desta segunda-feira (20), em locais conhecidos pela grande concentração de animais silvestres, em Campo Grande. Quem passou pelas proximidades do Lago do Amor, no bairro Ipiranga e o Parque dos Poderes, próximos à Sejusp (Secretaria de Estado de Justiça e Segurança Pública), se deparou com os animais mortos.
De acordo com o major da PMA (Polícia Militar Ambiental), Edmilson Queiroz, é comum animais silvestres serem vítimas de atropelamento nas ruas da Capital. "Campo Grande tem diversas reservas florestais e fragmentos de reservas dentro de sua área urbana", explica.
"Os quatis vivem no Parque das Nações Indígenas e na Mata do Segredo. Eles também frequentam as partes de florestas das secretarias de governo no Parque dos Poderes, então estão sempre atravessando as ruas", amplia o major.
De acordo com ele, mesmo com proteções em volta das matas e sinalização nas vias, muitas pessoas abusam da velocidade e acabam causando acidentes que poderiam ser evitados.
"Às vezes o acidente é inevitável porque temos também os vários parques lineares. Nesses espaços foram preservadas as matas ciliares e brejos, com fauna bastante grande, só que nas pistas que cortam esses parques existe velocidade um pouco maior nas vias, o que aumentam as chances de atropelamentos", analisa o policial militar.
Segundo a PMA, não existem números oficiais que apontam a quantidade de animais silvestres mortos nas ruas de Campo Grande, mas "como temos essa convivência com a fauna, sempre ocorrem esses problemas", considera o major.
A saída é sempre diminuir a velocidade do veículo ao passar por áreas próximas a matas. O cuidado e atenção reduzem o número de acidentes.
Os quatis atropelados no Parque dos Poderes já foram recolhidos pela PMA e serão empalhados, segundo Queiroz. "Empalhamos e levamos às escolas, para usarmos em apresentações e oficinas em que discutimos o tema fauna com as crianças, que são futuros condutores. Falamos sobre a convivência humana com a fauna, os cuidados para evitar atropelamentos e a importância da preservação", finaliza.