Cheia no Pantanal provoca morte de peixes e PMA fala em prejuízo incalculável
Situação também traz prejuízos à pecuária na região
Além de causar prejuízos à pecuária, estimados em R$ 190 milhões, com a perda de gado, a cheia na planície pantaneira também provoca a morte de peixes há pelo menos três semanas.
Na região de Corumbá, o major da PMA (Polícia Militar Ambiental), César Freitas, diz que é impossível calcular a quantidade de peixes mortos e que o prejuízo é incalculável.
“Nossa equipe registrou uma faixa de 2 quilômetros de espécies mortas ou que estão na superfície em busca de oxigênio”, relatou o capitão.
“A decoada está surpreendendo. Geralmente durante apenas três dias”, completa.
Entre os exemplares mortos, é possível ver espécies como armal, jaú, dourado, pintado, cachorra e arraias.
O major da PMA de Corumbá acredita que mais peixes ainda devam morrer com a cheia na região.
Agora, a preocupação da corporação é a pesca predatória, já que as espécies estão vulneráveis.
Os policiais têm realizado fiscalizações constantes, pois, com os peixes na superfície, os pescadores tendem a descumprir a legislação ambiental.
“O peixe pode ser consumido, desde que esteja dentro das exigências: equipamento permitido, tamanho mínimo, cota e licença de pesca”, explica o major, revelando que pescadores foram flagrados capturando os peixes para comércio.
Desde que foi registrada a morte de peixes pela decoada, a PMA autuou 15 pessoas, na maioria por captura de pescados com tamanhos inferiores aos permitidos por lei. O valor das multas aplicado até agora somou R$ 16,2 mil.
Além disso, segundo balanço divulgado pela Polícia, foram apreendidos 283 quilos de pescados das espécies pacu, pintado, cachara, jaú e barbado; oito barcos de alumínio; nove motores de popa; dois barcos de madeira; um veículo; seis varas de bambu com garatéias (três anzóis fixados um no outro) e três varas de bambu com arpões.
Rio Negro - No fim de janeiro, cerca de mil toneladas de peixes morreram por conta da decoada no Rio Negro, em Aquidauana.
O fenômeno é comum na região do Pantanal. Na decoada, a vegetação local entra em decomposição na seca. Com a chegada da cheia, esse material orgânico, junto com a água em alta temperatura, contribui para diminuir o oxigênio, forçando os peixes a subir à superfície.