Com greve e atraso na coleta, reservas ambientais viram novos lixões
Desrespeitando o meio ambiente, algumas pessoas estão jogando lixo em áreas de preservação ambiental e margens de corrégos de Campo Grande. O problema surgiu após a Solurb apresentar dificuldade em colocar a coleta “em dia”, já que uma grande quantidade de lixo se acumulou entre os dias 9 e 18 de setembro, período em que os funcionários estiveram em greve por falta de pagamento.
Montanhas de lixo se formaram próximos ao corrégos Bandeira, Anhanduí, Bálsamo e Prosa, que cortam a cidade. Sacos com plásticos, papéis, embalagens, comida e até mesmo animais mortos podem ser encontrados às margens. A população que mora no entorno destes locais é a mais prejudicada e pede uma solução.
É o caso da funcionária pública Dalva Tabosa, 51 anos, que mora na Rua Boituva, Vila Nha-Nha, próximo a reserva ambiental que segue o corrégo Bandeira. Ela mora no bairro há 10 anos e nunca tinha visto uma situação assim.
“Está horrível e não passa de uma falta de conscientização das pessoas. A coleta já foi normalizada aqui no bairro, mas parece que para alguns é difícil levar o lixo até as lixeiras. Por mais que não foi eu quem joguei, estou pensando seriamente em pegar o lixo e colocar na minha lixeira”, comentou Dalva.
Já na Rua Escaramuça, no Jardim Radialista, a população descartou o lixo às margens do córrego Bálsamo. O mal cheiro que exala incomoda a todos que passam todos os dias pela via para ir e voltar do trabalho, como o servente de pedreiro Paulo Sérgio, 19. “Isso é uma falta de respeito com as pessoas”, mencionou.
Ele disse que também existe lixo acumulado em seu bairro: o Cohab. “Por lá o mal cheiro está insuportável. O que mais se vê e saco de lixo na rua, principalmente com restos de marmita que apodrece e atrai insetos”, completou Paulo.
O aposentado Gerson Bezerra da Silva, 52, ficou triste em saber da maldade que alguns estão fazendo com a natureza. “A água é nosso bem maior, como eles podem jogar lixo próximos ao córregos, isso é muito errado. Nós moradores da Terra, temos que cuidar de tudo que Deus fez pra gente”, finalizou.
O Campo Grande News entrou em contato com a prefeitura, mas não teve retorno para saber se haverá um serviço de limpeza nestas áreas.
Greve – Os funcionários da Solurb cogitaram uma nova greve diante do não fornecimento da cesta básica de 600 coletores e do tíquete-alimentação de R$ 412 para 90 motoristas. Mas a entrega das cestas foi normalizada na quinta-feira (24) a tarde. Somente o tíquete ainda não foi pago. Contudo, uma nova paralisação segue descartada.
O prefeito de Campo Grande Alcides Bernal (PP) afirmou que avalia a possibilidade de intervir na empresa, mas ponderou que “tem que ser com muito cuidado”. Já o consórcio alegou que não recebeu pelos serviços prestados em junho e julho e já venceu o de agosto. A dívida soma R$ 22 milhões.