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Meio Ambiente

Com usina improvisada, catadores vão receber vale

Aline dos Santos e Mariana Lopes | 21/12/2012 12:45
Daniel explica aos catadores como é feita a separação do lixo (Fotos: Luciano Muta)
Daniel explica aos catadores como é feita a separação do lixo (Fotos: Luciano Muta)

Com material emprestado, os catadores do lixão, fechado nesta semana pela prefeitura de Campo Grande, vão começar a trabalhar amanhã. Como o início das atividades ainda é marcada pelo improviso, a CG Solurb, responsável pela gestão dos resíduos sólidos, vai pagar dois vales de R$ 200 até o fim do ano para 130 trabalhadores.

Segundo o encarregado operacional da empresa, Gustavo Pitaluga, os vales para o Natal e Ano Novo serão pagos, respectivamente, nos dias 24 e 31 de dezembro. Como a usina de triagem não está pronta, a Metap, que compra o material reciclável, vai emprestar uma esteira e duas máquinas de prensagem do lixo.

Hoje, três dias após confronto com a polícia e o medo de ficar sem ganha-pão, os catadores receberam orientações de como fazer a coleta. Em vez da montanha de lixo, o trabalho será em uma esteira. Conforme Gustavo, as bags, grandes bolsas onde o material reciclável era acondicionado, eram vendida por R$ 40.

As instruções foram repassadas por Daniel Arguello Obelar, presidente da Coopemaras, cooperativa que já reúne 150 trabalhadores remanescentes do lixão. Nesta sexta-feira, foi acertada a união dos trabalhadores, com a distribuição de uniformes.

Segundo Daniel, há pelo menos 40 tipos de separação de materiais recicláveis e cada um tem preço diferente. A Coopermaras funciona em um galpão nas Moreninhas e faz a triagem do material proveniente da coleta seletiva. Como há excedente, parte será repassada para a usina que funcionará próxima ao aterro sanitário , no bairro Dom Antônio Barbosa. A partir de março, a coleta seletiva deve ampliada para outros dois setores da cidade.

Cristiane pegou o uniforme na manhã de hoje
Cristiane pegou o uniforme na manhã de hoje

Conforme o representante da Sorlub, a usina terpa capacidade para 500 postos de trabalho. Serão três turnos: 8h às 14h; 16h às 22h; e meia noite às 6h. Por enquanto, o lixo vai direto para o aterro, sem a triagem.

Futuramente, os catadores podem formar uma nova cooperativa. Segundo Gustavo Pitaluga, há um grupo de “rebeldes” que quer fazer uma associação, porém, eles nçao terão apoio do consórcio.

Catadora no lixão há oito anos, Cristiane da Silva, de 38 anos, avalia que terão direito a mais dignidade. “Já dá para começar a trabalhar”, afirma. Raquel Ferreira Nascimento, de 32 anos, conta que o maior medo era ficar sem trabalho, ainda mais pela proximidade do Natal. “Agora estou mais tranquila”, diz.

Ela afirma que as novas condições serão melhores, além de contribuir para o INSS. “Já trabalhei em depósito, entendo como funciona. A coleta é mais demorada, mas vai ser melhor”, afirma.

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