Comitê está reunido para debater resolução do Conama sobre Pantanal
Reunião, por videoconferência, vai decidir se órgão nacional emite resolução sobre desmatamento
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Integrantes do Comitê de Integração de Políticas Ambientais estão reunidos esta manhã, de forma virtual, para avaliar uma proposta de resolução do Conama (Conselho Nacional do Meio Ambiente) para a definição de critérios técnicos e científicos para fundamentação de exploração dos recursos naturais do bioma Pantanal. O texto sugere a suspensão de licenciamentos para supressão de vegetação até que sejam feitos estudos sobre científicos sobre o Bioma, o que deveria durar cerca de um ano.
Na quinta-feira da semana passada, após reunião por videoconferência com João Paulo Capobianco, secretário executivo, e André de Lima, secretário Extraordinário de Controle do Desmatamento e Ordenamento Ambiental Territorial do Ministério do Meio Ambiente e Mudança do Clima, o governador Eduardo Riedel anunciou a suspensão das autorizações por 180 dias, tempo que considerou hábil para reunir diferentes setores e o estado vizinho, Mato Grosso, para discussão de uma legislação sobre o uso sustentável daquele ecossistema.
Hoje, Mato Grosso do Sul guia-se por um decreto estadual, nº 14.273/2015, e uma resolução, que tratam sobre a agropecuária, e técnicos do Ministério consideram mais permissivo que normas federais, embora não exista uma legislação feita pelo Congresso Nacional específica para o Pantanal. Mato Grosso também está no foco do Governo Federal, porque igualmente equipe do Ministério considera que é preciso aprofundar estudos antes de seguir autorizando avanço especialmente da pecuária na bacia pantaneira, embora haja preocupação com a monocultura, especialmente a soja, na região do entorno, que pode poluir rios e favorecer processos de erosão, havendo o precedente do Rio Taquari.
Na análise jurídica que foi encaminhada aos conselheiros consta, por exemplo, que no estado vizinho há autorização de drenagem, o que chegou a ser colocado em um texto da Semadesc ((Secretaria de Meio Ambiente, Desenvolvimento, Ciência, Tecnologia e Inovação) que em seguida foi retificado com a informação de que se tratou de erro, que seriam áreas a serem excepcionadas na regulamentação.
No texto sobre a situação regulatória feita pelos estados, constou que houve incremento médio do desmatamento no Pantanal sul-mato-grossense de 37.465 hectares, entre 2009 e 2015, para 48.264 hectares entre 2016 e 2021 (alta de 28,8%). A maior incidência teria ocorrido em 2021, com 74.765 hectares e representou 90,7% do desmatamento ocorrido no bioma. A avaliação sugere que os saltos recentes do ritmo do desmatamento coincidiram com a publicação do Decreto Estadual nº 14.273/2015 e da Estadual nº 11.861/2022, em Mato Grosso do Sul e Mato Grosso, respectivamente.
O Pantanal é o menor dos seis biomas brasileiros, soma área de 150.988 km², dos quais 64,5% situam-se no estado de Mato Grosso do Sul e 35,5% no estado de Mato Grosso. É a maior área úmida contínua do mundo.
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