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Meio Ambiente

Contra infestação de pombos, até cola é usada como alternativa

Viviane Oliveira | 18/05/2014 10:25
Telhado em um imóvel na região central de Campo Grande. (Cleber Gellio)
Telhado em um imóvel na região central de Campo Grande. (Cleber Gellio)

Os pombos urbanos são considerados “ratos com asas” por transmitir várias doenças, no entanto quem envenenar, capturar ou for flagrado alimentando as aves pode pagar multa que varia de R$ 100 a 5 mil. De acordo com a Sesau (Secretária Municipal de Saúde), no ano passado pelo menos 10 pessoas foram autuadas por crime ambiental dessa natureza. Mas então, o que fazer para afastar colônias de pombos das casas, empresas e supermercados?

A bióloga e chefe do Serviço de Controle de Roedores, Animais Peçonhentos e Sinantrópicos do CCZ (Centro de Controle de Zoonoses), Sílvia Barbosa do Carmo, explica que a primeira coisa é não alimentar essas aves.

Elas acham alimento, água e moradia de forma muito fácil e, o pior de tudo, é que não tem predadores para diminuir a superpopulação das colônias, o que torna mais difícil o controle delas. Essas condições, também, são primordiais para instalação, manutenção e proliferação do bicho.

Outra coisa, explica a bióloga, é o lixo que a maioria das pessoas descarta de forma incorreta e as galinhas criadas em áreas urbanas. Esta última atrai os pombos e os flebótomos - transmissor da leishmaniose. “Nós orientamos a população a fazer o manejo dos pombos sem cometer crime ambiental”, diz.

As aves gostam de fazer ninhos em caixas de ar condicionado, telhados e forros. Para evitar, a pessoa deve utilizar telas, grades e cortinas para vedar os vãos e as beiradas do telhado. “Outro coisa que espanta os pombos são cortinas e bonecos de ar”, destaca a bióloga.

A bióloga explica o que precisa ser feito para manter os pombos longe dos imóveis. (Foto: Viviane Oliveira)
A bióloga explica o que precisa ser feito para manter os pombos longe dos imóveis. (Foto: Viviane Oliveira)

No ramo de dedetização há 27 anos, Zuleica Bandeira, usa a criatividade para espantar as aves. A empresa dela trabalha com um gel, parecido com cola, que se colocado de maneira correta em pontos estratégicos ajuda a espantar os pombos. “A cola gruda nas patas e elas não voltam mais porque ficam incomodadas”, afirma. O serviço, que dura por pelo menos 4 meses, custa a partir de R$ 250, dependendo do tamanho do imóvel.

Zuleica diz ainda que, antes de colocar o gel, um técnico da empresa vai ao local para avaliar se só utilizando o produto vai ser suficiente. Em alguns casos, é preciso colocar telas nos vãos para vedar espaços em estruturas metálicas e locais com sombras. Outra recomendação é não deixar ração de cachorro no quintal e colocar o lixo no local adequado.

Conforme a bióloga, Neiva Guedes, como toda a espécie o pombo também tem importância para a natureza, no entanto, é preciso controlar a população. Quando uma ave é alimentada, ela deixa de exercer sua função, que é de controlar insetos e replantar as sementes das plantas que comem.

Doenças - As fezes delas contêm fungos e bactérias e, depois de secas, liberam partículas que, se respiradas pelo homem, podem transmitir diversas doenças, como meningite e alergias.

Por isso, a orientação da bióloga Sílvia é não deixar as fezes acumular e, na hora de retirá-las, proteger o nariz e a boca com uma máscara e depois fazer a limpeza com água sanitária.

As fezes por serem ácidas estragam, também, madeiras, vigas de telhado, forros, tintas de paredes e de carro. As penas entopem as calhas e a água acumulada atrai o mosquito da dengue. Para quem gosta das aves, Sílvia alerta, que alimentá-las também é crime ambiental.

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