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Meio Ambiente

Corrida de Trilha lota a rede hoteleira de Bodoquena

Sílvio Andrade, do site Lugares.Eco | 19/09/2017 13:09
Atletas percorrerão vales, trilhas, escaladas com obstáculos e encontrarão também águas cristalinas. - Fotos: Divulgação
Atletas percorrerão vales, trilhas, escaladas com obstáculos e encontrarão também águas cristalinas. - Fotos: Divulgação

A primeira Corrida de Trilha da Serra da Bodoquena, que reunirá pelo menos 400 atletas profissionais e amadores em uma prova de grandes desafios neste domingo, 24, já é um sucesso ao atingir o objetivo da prefeitura de Bodoquena: fomentar o ecoturismo em uma das regiões mais belas de Mato Grosso do Sul e movimentar a cadeia produtiva, da rede hoteleira e gastronômica aos serviços essenciais que a cidade disponibiliza aos visitantes.

“Bodoquena está preparada e envolvida para receber os competidores e o trade turístico comemora a lotação da nossa capacidade hoteleira”, anunciou a secretária municipal de Turismo, Vivian Cruz. Segundo ela, o evento esportivo promove a região nacionalmente, divulgando seus atrativos naturais e atraindo perfis diferentes de turistas. “A cidade abraçou a prova, as escolas, o comércio, e a organização pensou em todos os detalhes”, celebra.

Marcelo Sinoca: "esse lugar é maravilhoso"
Marcelo Sinoca: "esse lugar é maravilhoso"

O ex-atleta de corrida de aventura Marcelo Sinoca, 30 anos, um dos principais nomes de trail run do Brasil, é o consultor e padrinho da competição e ficou entusiasmado com o seu trajeto em meio à natureza, com trechos íngremes, montanhas, trilhas, estradas de chão batido, pedras, rios (rasos), terrenos acidentados, costões e obstáculos naturais. “Olha, já rodei o mundo, mas não tem lugar mais fantástico do que a Serra da Bodoquena”, confessou.

Considerado um dos atletas mais completos nesse gênero de desafios no esporte, Sinoca fez o reconhecimento do trajeto de 12 km da corrida de trilha e disse que a prova vai exigir muita técnica pelo nível de dificuldades naturais, como travessia de rios e uma altimetria acumulada que chega a mil metros. “É uma prova diferenciada, não só pela natureza ao redor, mas nível de obstáculos, onde você enfrenta muita pedra e raízes de árvores na descida”, explica.

Trajeto da prova tem trilhas de subida e muita pedra
Trajeto da prova tem trilhas de subida e muita pedra

Águas cristalinas

Os últimos 6 km, segundo ele, “é de tirar o fôlego” – quando o atleta atinge as águas cristalinas dos rios e córregos que banham a serra. “Ali é o ponto chave, não tem como você não dar um mergulho, até para recompor as energias para a chegada”, conta. Sinoca integrou a equipe brasileira que chegou em 6º lugar no Patagonian Expedition Race, em 2013, e venceu a Jungle Marathon, prova de 254 km disputada em cinco dias no meio da Floresta Amazônica, em 2015.

A corrida terá largada às 8h no domingo, às 8h, no Refúgio Canaã , com a participação de 335 atletas de Mato Grosso do Sul, São Paulo, Santa Catarina, Paraná e outros estados, além de Brasília. A maioria dos competidores do Estado representa Bonito, Campo Grande, Três Lagoas e Corumbá. O percurso é demarcado com staff, fitas, cal e placas sinalizadoras. “É importante que o atleta siga com atenção as sinalizações especificas e os fiscais de prova”, orienta Sinoca.

Corrida de trilha na Serra da Bodoquena terá 12 quilômetros, com a participação de atletas em várias categorias por idade
Corrida de trilha na Serra da Bodoquena terá 12 quilômetros, com a participação de atletas em várias categorias por idade

No masculino, a prova será disputada nas seguintes categorias: 18 a 29 anos, 30 a 39 anos, 40 a 59 anos e acima de 60 anos; no feminino: 18 a 24 anos, 25 a 34 anos, 35 a 44 anos, 45 a 54 anos e acima de 55 anos. Simultaneamente, será realizada uma caminhada ecológica, de 6 km, que contou com poucas inscrições. No sábado, 23, às 19h, a prefeitura local promoverá atividades culturais com a participação dos atletas, na Praça da Liberdade.

Mais informações em: corridaserradabodoquena.com.br

Saiba mais

A Serra da Bodoquena está localizada na área de junção dos biomas: Pantanal, Chaco e Cerrado. Esse fator gerou uma imensa biodiversidade, o qual é a principal causa da exuberância das paisagens, da fauna e da flora na região.

O município de Bodoquena, hoje com uma população de oito mil habitantes, foi elevado a distrito em 1980, quando recebeu o novo povoado a denominação de patrimônio do Campão, atual cidade de Bodoquena.

Bodoquena é um lugar onde é possível ficar em harmonia com a natureza, um lugar quase intocado pelo homem. Possui infra estrutura turística, atrativos naturais como balneários, cachoeiras, trilhas, fauna e flora, rios altamente piscosos, culinária típica da região, festas religiosas e folclore. A cidade está no coração da Serra da Bodoquena, então considerada cidade serrana.

Serra da Bodoquena é um divisor de águas ao abrigar todas as nascentes dos rios cristalinos, como Salobra, Prata, Formoso, Perdido e Sucuri
Serra da Bodoquena é um divisor de águas ao abrigar todas as nascentes dos rios cristalinos, como Salobra, Prata, Formoso, Perdido e Sucuri

A 70 km de Bonito (trecho recentemente asfaltado), um dos destinos ecoturísticos mais preservados do Brasil, encontra-se a entrada para uma das principais unidades de conservação do Estado de Mato Grosso do Sul, o Parque Nacional da Serra da Bodoquena.

A Serra da Bodoquena possui a maior extensão de florestas naturais do Estado, é um divisor de águas e é responsável por todas as nascentes dos rios cristalinos da região, como a Salobra,o Prata, o Formoso, o Perdido e o Sucuri.

A região ainda sofre com as ameaças de madeireiros, invasores, incendiários e grileiros em sua volta. Desde a década de 80, dezenas de profissionais, pesquisadores, conservacionistas e entidades governamentais e não governamentais, reivindicam a proteção especial desta área, que assegura ser uma região de alta biodiversidade de importância mundial.

O acesso rodoviário à região, a partir de Campo Grande, é pela rodovia BR 262 até Miranda, na entrada do Pantanal, de onde se segue por mais 60 km pela MS-178. Estrada em boas condições, bem sinalizada e de pouco tráfego, mas é preciso tomar cuidado com bichos cruzando o asfalto, como anta e cervo. lugares.eco.br

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