Cultura da reciclagem continua distante do dia-a-dia do campo-grandense
Com o desafio de dar destinação correta ao lixo, lançado nesta semana pela prefeitura, nas ruas de Campo Grande o que se percebe é que a maioria das pessoas ainda não tem o hábito de separar o lixo orgânico do reciclável e muitos nem sequer dão importância.
Com a correria do dia-dia, para muitos é uma perda de tempo separar o lixo em diversas categorias como papel, vidro, plástico e resíduos orgânicos. Outro exemplo é o óleo de cozinha que não deve ser jogado no ralo da pia, esgoto e muito menos em rios.
A aposentada Shirley Souza Barbosa, 58 anos, disse que são raras às vezes em que separa o lixo. “Por causa da pressa eu vou colocando tudo em sacolas de supermercado, depois junto tudo e coloco em um saco de lixo para a coleta”, segundo ela, há alguns anos jogava o óleo no ralo do banheiro.
“Falaram que isso entupia a fossa, então agora eu coloco a gordura dentro de um vidro e deixo para a coleta recolher”, conta.
Para o acadêmico de Engenharia da UFMS (Universidade Federal de Mato Grosso do Sul) Rogério Landim, 26 anos, separar o lixo é uma questão costume. Ele conta que mora em Ilha Solteira (SP) e lá a maioria separa o lixo para a coleta seletiva.
“Aqui eu não separo, porque não tem a coleta seletiva. Segundo ele, o sistema deveria ser mais rígido como, por exemplo, retirar as sacolas plásticas do mercado e investir mais propagandas incentivando o uso da seleção. “Eu acredito que com isso diminuiria o tanto de sacolas jogadas nas ruas e nas bocas de lobo da cidade.
Atitude ecológica - A Dona de casa Lenira Maldonado, 61 anos, moradora da região do São Francisco, conta que sempre separou o lixo orgânico do reciclável. Segundo ela, lata, plástico e papelão não vai para o lixo. “Eu junto, quando têm 5 quilos eu levo para a reciclagem”.
Lenira também tem outra medida para colaborar com o meio ambiente. Conforme a dona de casa o óleo usado para fritura e reutilizado para ascender o fogão a lenha que tem em casa.
“Na minha casa a regra é uma lata de óleo por mês, o que sobra eu uso para ascender o forno a lenha”, afirma.
Outro exemplo é de Elsa Marques, 64 anos, o óleo usado em fritura é doado para uma vizinha fazer sabão de álcool. “Mesmo que não tem coleta seletiva, eu procuro fazer minha parte e quanto ao óleo ele tem o destino certo”, finaliza.
Projeto - “O Reciclar é viver”, projeto de coleta seletiva do lixo foi lançado na última terça-feira (28) pelo Prefeito Nelson Trad Filho (PMDB) em Campo Grande e nesta semana a população já começou a receber sacolas especiais para a separação.
O programa já entra em vigor a partir de sexta-feira, quando um caminhão equipado vai passar por 11 bairros recolhendo o lixo reciclável já separado pela população.
Os moradores dos bairros, Carandá, Autonomista, Santa Fé, Veraneio, Chácara Cachoeira, Bela Vista Tiradentes, São Lourenço, TV Morena, Vilas Boas e Vila Carlota, receberam sacolas verdes destinadas ao lixo reciclável.
Além da sacola, cada casa irá receber gratuitamente um recipiente plástico, para destinar os materiais que podem ser reciclados. O lixo úmido será coletado normalmente pelo caminhão que já faz a coleta.
Por meio de um estudo, a Semadur (Secretária Municipal de Meio Ambiente e Desenvolvimento Urbano) identificou que estas regiões são as que produzem mais lixo reciclável.
A população dos bairros que ainda não serão atendidos pela coleta seletiva terão a opção de encaminhar os recicláveis a cinco Ecopontos: Comper, Carrefour, rede São Bento, Rede Pires e Sinpetro (Sindicato do Comércio Varejista de Derivados de Petróleo e Lubrificantes de Mato Grosso do Sul). Nestes locais, também poderão ser entregues pilhas, lâmpadas e óleo.