De cima, imagem triste comprova Rio Perdido asfixiado por assoreamento
Retrato preocupante mostra o corpo hídrico com baixo volume de líquido e muita terra
Visto de cima, o Rio Perdido, em trecho no município de Caracol, tem muito mais sedimentos do que água. O retrato preocupante do assoreamento mostra o corpo hídrico com baixo volume de líquido, que corre asfixiado entre os bancos de areia. As imagens são da ponte na MS-267, no distrito de Alto Caracol. É tanta terra que se pode caminhar no leito do rio.
O Perdido leva esse nome porque ao correr no Parque Nacional da Serra da Bodoquena verte para um sumidouro, passando por debaixo de rochas até ressurgir por uma cavidade. O parque abrange os municípios de Bodoquena, Bonito, Jardim e Porto Murtinho.
Depois, o Perdido segue até o Rio Apa, um tributário do Rio Paraguai, principal curso de água no Pantanal. Nesta viagem, tem sofrido com o assoreamento em Caracol.
"São rios de extrema beleza, que estão assoreando e sendo descaracterizados. Faltam APPs (Áreas de Proteção Permanente) para protegê-los. Elas deveriam ter sido criadas. A expansão da monocultura nos últimos anos traz os sedimentos que provocam o assoreamento", afirma o biólogo Sérgio Barreto, do IHP (Instituto Homem Pantaneiro), em entrevista ontem ao Campo Grande News.
O IHP acompanha a situação há cinco anos. A primeira reação foi recuperar junto ao ICMBio (Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade) as nascentes do Rio Perdido, localizadas em três propriedades particulares. As nascentes ficam no município de Bonito, perto da Serra da Bodoquena.
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