Preservado, Rio Perdido mostra que caminho do diálogo protege natureza
Sobrevoo do projeto Cabeceiras, do Instituto Homem Pantaneiro, mostra que a paisagem está preservada para a temporada de turistas
Quem cuida, tem. E pode aproveitar melhor. A sentença resumir a situação do Rio Perdido, em Bonito, um dos atrativos da região que, segundo sobrevoo feito por equipe do Instituto Homem Pantaneiro, durante duas horas nesta terça-feira (17), está com o cenário preservado, pronto para as fotos dos turistas na temporada de visitação à região mais procurada em Mato Grosso do Sul por suas belezas naturais.
Mas as imagens do verde conservado, do rio sem água turva não são obra do acaso. São reflexo de trabalho de conservação feito a partir do diálogo e da compreensão de que, adotando ações de cuidado com a natureza, é possível assegurar o cartão postal. “Agradecem o meio ambiente e a própria atividade turística”, analisa o presidente do Instituto, Coronel Angelo Rabelo. Conhecido por ser entusiasta das ações para conservação do que a natureza criou, Rabelo é também um defensor da exploração sustentável.
“Só existe um caminho para proteger os rios que é o engajamento dos produtores”, argumenta.
Depois de sobrevoar a região, como parte do Projeto Cabeceiras, o ambientalista registrou imagens que mostram um cenário que todo turista vai gostar de ver. Bem diferente das cenas mostradas, um ano atrás, em outros rios da região, turvos, barrentos, como reflexo das chuvas fortes, e também da manipulação humana.
Confira abaixo imagens do sobrevoo no Rio Perdido:
"Pacto" – Rabelo atribui a situação positiva ao trabalho realizado, principalmente, por donos de três fazendas, Princesinha, Ipê Branco e Bodoquena. Localizadas em região de “banhado” parecida com a do Rio da Prata, que no ano passado foi notícia por ficar bastante sujo e atrabalhar o turismo, essas propriedades atenderam ao pedido, segundo o coronel, e adotaram práticas que ajudaram a proteger o rio e a mata cilicar.
“Houve um pacto pró-Bonito e região no sentido de não avançar pra cima dos banhados”, comentou.
Ainda de acordo com ele, houve também um trabalho do governo do Estado, com a implantação, nas vias rurais, de uma espécie de “caixa de retenção”, para segurar a água da chuva, impedindo a invasão do manancial por terra e enxurrada.
Para o presidente do Instituto Homem Pantaneiro, a situação encontrada no Rio Perdido é a prova clara de que o diálogo é melhor do que a imposição. Ele diz isso para comentar que a situação de fazendas no entorno de outros rios, que está judicializada, sem previsão de término.
O Rio Perdido passa no Parque da Serra da Bodoquena, área de preservação ambiental de 76 mil hectares, composta de campos alagados, cerrados, floresta estacional e o maior trecho de Mata Atlântica do estado de Mato Grosso do Sul.
Rabelo observa que é uma região de alto potencial turístico e que hoje o rio é o mais conservado entre os que passam por ali: Betione, Formoso, Prata, Mimoso e Aquidaban.
Para ele, isso é um exemplo a ser seguido. “Enquanto a questão está judicializada, estamos perdendo um tempo que pode não ser possível de recuperar”, conclui.