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Meio Ambiente

Desmatamento no Cerrado atinge marca de 1.236,82 km² entre 2018 e 2023

Projeto Deter, do Inpe, revela aumento preocupante no desmatamento do bioma mais ameaçado do Brasil

Guilherme Correia | 03/08/2023 14:25
Imagem de satélite apresentada em relatório do MPMS sobre área degradada em MS (Foto: Reprodução)
Imagem de satélite apresentada em relatório do MPMS sobre área degradada em MS (Foto: Reprodução)

De acordo com dados divulgados pelo projeto Deter, do Inpe (Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais), entre os anos de 2018 e 2023, foram desmatados aproximadamente 1.236,82 km² de áreas no Cerrado de Mato Grosso do Sul.

Um dos três biomas presentes no Estado, o Cerrado registrou queda de 10,04% no desmatamento, entre agosto de 2022 e julho de 2023, quando foram 251 km² desmatados, na comparação com o período anterior, de agosto de 2021 a julho de 2022, com cifra ligeiramente maior, de 279 km².

Os períodos anteriores também apresentaram índices expressivos de destruição: 171 km² em 2020/2021, 162 km² em 2019/2020 e 189 km² em 2018/2019.

Comparando apenas o início do ano, no entanto, os números demonstram tendência preocupante de aumento no desmatamento ao longo dos anos. No período de janeiro a julho de 2023, o bioma perdeu 180,04 km² de vegetação.

Comparativamente, no mesmo período de 2022, foram desmatados 125,02 km², enquanto em 2021 o desmatamento chegou a 85,64 km². Os anos anteriores apresentaram os seguintes registros: 97,2 km² em 2020 e 81,26 km² em 2019. O ano de 2018 registrou a maior perda com 185,44 km² de áreas desmatadas.

Avisos - Desde 2018, o projeto Deter do Inpe já emitiu 4.313 avisos de desmatamento no Cerrado. Somente no último período analisado (agosto de 2022 a julho de 2023), foram registrados 737 avisos.

O Cerrado é conhecido por sua extraordinária diversidade biológica, abrigando inúmeras espécies endêmicas e ameaçadas de extinção. A intensificação do desmatamento coloca em risco esse valioso patrimônio ambiental, ameaçando ecossistemas, recursos hídricos e a própria sobrevivência das populações locais que dependem diretamente dos serviços ecossistêmicos fornecidos pelo bioma.

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