Em risco de extinção, família com dez queixadas é atropelada e morta em rodovia
De maio de 2023 a abril de 2024, foram encontrados 2300 animais vítimas de acidentes, segundo o ICAS
Dez queixadas foram encontradas mortas, atropeladas, na BR-262, entre Corumbá e Miranda, a cerca de 300 quilômetros da Capital. Conforme o ICMBio (Instituto Chico Mendes), o animal está em risco de extinção no Cerrado. A família de queixadas foi encontrada no dia 19 de setembro, mas a situação foi divulgada apenas agora nas redes sociais do IHP (Instituto Homem Pantaneiro).
Um detalhe que chama atenção é que cinco delas parecem ter sido colocadas sobre a faixa dupla de trecho onde é proibida a ultrapassagem.
Conhecidos também como porcão, porco-do-mato, cariblanco e chancho do monte, esses animais podem costumam andar em grupos de 50 e até 300 de uma vez só. Além dos atropelamentos, apesar de viver em grandes bandos, são também alvos de javalis..
De maio de 2023 a abril de 2024, foram encontrados 2300 animais vítimas de batidas, no trecho de Campo Grande até a ponte do Rio Paraguai, segundo o ICAS (Instituto de Conservação de Animais Silvestres). Na data em que as queixadas foram encontradas, a equipe do Programa Felinos Pantaneiros do IHP estava a caminho de uma das pontes monitoradas pelo instituto para fazer a manutenção de uma câmera.
"As queixadas são animais ameaçadas de extinção, e que preocupa nosso trabalho na conservação", observou a médica veterinária Mari Queiróz, no local em que os animais foram encontrados mortos. Conforme o IHP, o trabalho de monitoramento irá ampliar o número de pontes monitoradas para tentar mitigar a ameça à biodiversidade registrada.
O monitoramento e limpeza de três pontes pelo instituto é feito em parceria com proprietários rurais, e com apoio do Dnit (Departamento Nacional de Infraestrutura de Transportes). "Até agora, já foram identificadas 50 espécies de animais que usaram as pontes de vazante com área de vegetação retirada a partir de monitoramento com armadilhas fotográficas", informou o IHP.
O queixada foi a única espécie que recebeu a classificação “criticamente em perigo” em regiões de Mata Atlântica. No Cerrado, ameaçadas de extinção, a espécie foi classificada como “em perigo”, e para o país como um todo, foi classificada como “vulnerável”.
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