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Meio Ambiente

Estudo aponta que durante isolamento animais silvestres circularam mais

A pesquisa internacional, divulgada hoje, teve colaboração de pesquisadores de Instituto em Mato Grosso do Sul

Clara Farias | 09/06/2023 13:10
Tamanduá-bandeira com colar de monitoramento do Projeto Bandeiras e Rodovias. (Foto: Divulgação)
Tamanduá-bandeira com colar de monitoramento do Projeto Bandeiras e Rodovias. (Foto: Divulgação)

O estudo chamado "Comportamento de animais silvestres durante isolamento da covid-19" envolveu mais de 100 pesquisadores para avaliar as respostas comportamentais de mamíferos terrestres. Em Mato Grosso do Sul, os pesquisadores do Icas (Instituto de Conservação de Animais Silvestres) colaboraram com dados do monitoramento dos tamanduás-bandeira realizado pelo Projeto Bandeiras e Rodovias nas áreas do Estado. O resultado da pesquisa aponta que durante o isolamento os animais estiveram mais à vontade em andar nas estradas.

A pesquisa, publicada nesta sexta-feira (9), monitorou 43 espécies de mamíferos terrestres com registros de 76 estudos. Foram comparados os comportamentos dos animais em 2019 e em 2020, ano marcado pelo isolamento da covid-19. De acordo com a bióloga e coordenadora científica do Icas, Nina Attias, o estudo mostrou que os animais se comportaram de forma bem variada, sem mudança nas taxas médias de movimentação. Para a bióloga, essa variação é relacionada às condições de isolamento de cada local. "Tivemos lugares com políticas mais severas do que outros", pontua Nina Attias.

O estudo apontou que a movimentação dos animais a cada 10 dias aumentou 73% nos lugares em que o isolamento era mais rígido e em que as pessoas estavam saindo menos de casa. Nas áreas com alto índice de urbanização e com mais habitantes, foram registrados 36% a mais de presença dos animais nas estradas. A bióloga destaca que a situação contribuiu também para a redução do número de animais atropelados.

O presidente do Icas, Arnaud Desbiez, conta que a movimentação humana afeta direta e indiretamente o comportamento dos animais silvestres. O Instituto espera que com o estudo seja possível implementar medidas de conservação mais específicas para a redução dos impactos causados pela mobilidade urbana, como estratégias de horários para ajustar o volume de tráfego em áreas com presença e movimentação de animais silvestres.

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