Lei reduz área de preservação que inclui Inferninho e Morro do Ernesto
Prefeitura diz que não havia área exata, delimitada após estudos
Lei sancionada hoje pela prefeita Adriane Lopes (Patriota) reduz de 66.954 hectares para 56.580 hectares a dimensão da Área de Proteção Ambiental da Bacia do Córrego Ceroula (APA do Ceroula). Pelo nome, talvez muita gente não reconheça a unidade de conservação, localizada na saída para Rochedo, mas se trata de uma área de beleza singular, ali estão localizados o famoso Morro do Ernesto, ponto preferido para apreciar o pôr do sol; o Inferninho; cachoeiras e trilhas e as ruínas da primeira usina hidrelétrica da Capital, da década de 1920.
A prefeitura apresentou à Câmara dos Vereadores pedido para readequar a área apontando que, no começo dos anos 2000, quando foi criada a APA, não foi feito um mapeamento da região e fixou-se a área de 66,9 hectares sem a existência de dados precisos. Em 2019, foi iniciado um estudo envolvendo várias secretarias municipais e a UCDB (Universidade Católica Dom Bosco) para a elaboração de um Plano de Manejo, que foi apresentado e publicado em 2021. Desse trabalho chegou-se à área de 56,8 hectares.
Uma cartilha foi criada reunindo algumas informações sobre a área e apontando medidas para a preservação e sustentabilidade da área protegida. A APA do Ceroula é a maior unidade de conservação da cidade, que tem ainda outras duas APAs para a preservação de região de mananciais, a do Guariroba, na saída para Três Lagoas, que é o curso d’água utilizado para abastecer a cidade, e a do Lajeado.
A do Córrego Ceroula é a única que ao mesmo tempo se encontra nas Bacias do Paraná e do Paraguai. Suas águas acabam por correr para o Pantanal. A ideia da prefeitura é transformar a região num parque natural, sob o argumento de que seria mais eficiente a gestão da unidade de conservação.
O Plano de Manejo apontou seis frentes de ações: união de esforços para a gestão do Parque, ações de incentivo à conservação, proteção e recuperação dos recursos naturais, existência de infraestrutura e serviços, a adoção de tecnologias e sistemas sustentáveis para a produção agropecuária, envolvimento da comunidade e incentivo ao turismo e atividades esportivas para dar sustentabilidade ao parque.