Mantendo tendência, Pantanal é o bioma que mais perdeu superfície de água
Oito dos dez anos mais secos da série histórica ocorreram na última década

Levantamento do MapBiomas, divulgado nesta sexta-feira (21), mostra que o Pantanal continua perdendo cobertura de água. Durante todos os 12 meses analisados, o bioma ficou abaixo da média histórica.
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Segundo o estudo, o Pantanal registrou a menor superfície de água entre os biomas brasileiros, com 366 mil hectares, o equivalente a 2% do total. Foi também o que mais perdeu área hídrica em relação à média histórica: 61%.
“Desde a última cheia, em 2018, o bioma tem enfrentado secas prolongadas. Em 2024, a seca extrema intensificou a ocorrência e a propagação de incêndios”, destaca Eduardo Rosa, da equipe do MapBiomas Água.
Os outros dois biomas presentes em Mato Grosso do Sul, Cerrado e Mata Atlântica, ficaram acima da média de superfície de água, com 11% e 5%, respectivamente. No Cerrado, houve uma inversão entre corpos d'água naturais (rios, lagos e lagoas) e artificiais (reservatórios e represas).
“A construção de grandes reservatórios para geração de energia e a expansão da agricultura irrigada foram os principais fatores de transformação na superfície de água do Cerrado. Regiões como a bacia do Alto Paraguai, onde estão as nascentes do Pantanal, foram criticamente afetadas, assim como o oeste da Bahia, que registrou redução generalizada da área hídrica”, explica Joaquim Pereira, pesquisador do IPAM e do MapBiomas Água.
Mitigação - No início deste ano, o governo federal iniciou ações de enfrentamento à seca no Pantanal e na Amazônia. A situação já é considerada crítica em Mato Grosso e Mato Grosso do Sul, com risco de comprometimento da navegabilidade nas bacias hidrográficas da região.
A sequência de secas nos últimos dois anos, somada a fenômenos climáticos como La Niña, que reduz o volume de chuvas, eleva a preocupação com o impacto ambiental. Embora o El Niño não seja esperado para este ano, a falta de chuvas pode agravar ainda mais a crise hídrica e o risco de incêndios florestais. Em 2024, o Pantanal registrou um número recorde de queimadas, atingindo 2,6 milhões de hectares, cerca de 17% da área total do bioma.
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