Multa a atrativo de Bonito pode chegar a R$ 666 mil e outros podem ser fechados
Ministério Público Estadual alertou empresas sobre desrespeitos às licenças ambientais
No município onde o turismo é que manda na economia, desrespeitos às normas ambientais fez com que três atrações de Bonito, distante 257 quilômetros de Campo Grande, fossem fechados nas últimas duas semanas. Diante da situação, o MPE (Ministério Público Estadual) estuda novas medidas, não descarta mais interdições e impetrou ação contra uma das empresas cuja multa pode chegar a mais de meio milhão de reais.
O MPE recebeu denúncias de que alguns atrativos turísticos estavam recebendo um número maior de visitantes do que o permitido em suas licenças ambientais.
As informações foram constatadas e a promotoria de Justiça de Bonito fez várias reuniões com representantes do município e alertou que adotaria duras providências em caso de desrespeito às licenças ambientais.
Inicialmente, o promotor de Justiça Thalys Franklyn de Souza pediu à Polícia Civil investigação da situação e encaminhou cópia dos documentos que comprovam o desrespeito ao Imasul (Instituto de Meio Ambiente de Mato Grosso do Sul), responsável pela fiscalização do cumprimento das licenças.
De acordo com o MPE, os atrativos continuaram a receber mais visitantes que o permitido. Diante disso, a PMA (Polícia Militar Ambiental) foi acionada e fechou e multou as flutuações no rio Sucuri, do Peixe e Bahia Bonita.
O primeiro a ser interditado foi o passeio no rio Sucuri. Os proprietários foram multados em R$ 92,7 mil. Nesta semana, foram proibidas visitações no rio do Peixe e Bahia Bonita, com multas R$ 10 mil e R$ 5 mil respectivamente.
Os responsáveis pela flutuação no rio Sucuri também descumpriram acordo firmado com o MPE. Para obrigar a empresa a cumprir o que foi acordado, o órgão estadual interpôs ação em que é pedido pagamento de R$ 663.480 mil em multa.
Após os fechamentos dos três pontos, o MPE se reuniu com representantes do município de Bonito, da Polícia Militar Ambiental, da Associação de Guias de Turismo de Bonito, do Comtur (Conselho Municipal de Bonito) e da Atratur (Associação dos Atrativos Turísticos de Bonito) e fez novo alerta.
Os participantes foram alertados de que o MPE cobrará dos órgãos responsáveis a fiscalização devida e pedirá punição para as empresas, guias de turismo e de agentes públicos omissos que contribuem para os abusos.
Novas medidas estão sendo estudadas e não é descartada a interdição de outros pontos de visitação. O objetivo é intuito de resguardar a lei e o patrimônio ambiental daquele que, pela 11ª vez consecutiva, foi apontado como principal destino de ecoturismo do Brasil.