Prefeito descarta suspender a abertura da licitação do lixo
“Quem não participou é porque não teve interesse na oportunidade”, afirma
O prefeito de Campo Grande, Nelsinho Trad (PMDB), descartou hoje a possibilidade de adiar a abertura das propostas da licitação para gerenciar o lixo. “Eu afirmo que o edital não será adiado, de maneira alguma”, declarou Trad nesta sexta-feira.
O recebimento das propostas está marcado para as 14h da próxima segunda-feira. No entanto, há varias tentativas de suspender o processo licitatório. Ontem, após reunião na Fiems (Federação das Indústrias de Mato Grosso do Sul), associações empresariais decidiram solicitar ao prefeito que abra a discussão para a sociedade. O que, na prática, exige o adiamento da abertura das propostas.
Hoje, o prefeito rebateu que sempre respondeu todos os questionamentos sobre o edital. “Foi feita uma consulta pública por mais de 30 dias. Quem não participou é porque não teve interesse na oportunidade”, afirma. Ele não revela o número de empresas que retiraram o edital, mas conta que só ontem quatro empresas solicitaram o documento.
Para Trad, também há interesse político. “A licitação interessa a vários grupos. Nós estamos em época de campanha, normal acontecer esse tipo de coisa”, diz o prefeito.
Impugnação - Candidato a vice-prefeito na chapa do PSDB, o vereador Athayde Nery (PPS) entrou na quarta-feira com pedido administrativo de impugnação do edital. Ele afirma que como ainda não teve resposta, deve requerer a suspensão do processo licitatório na Justiça.
O vereador aponta que o edital não foi discutido pela população e que o prefeito, no fim do mandato, não pode comprometer os próximos 35 anos da gestão do lixo. “E por ser uma PPP [Parceria Público Privada], é preciso lei específica. No primeiro ano, a vencedora vai arcar com R$ 32 milhões, e o poder público, R$ 55 milhões”, afirma.
A contratação da empresa vencedora é por 25 anos, com previsão de faturamento mensal de R$ 5 milhões, totalizando R$ 1,5 bilhão. O prazo pode ser prorrogado por mais dez anos.