Oito propriedades de MS serão piloto do projeto Fazenda Pantaneira Sustentável
Pontes Pantaneiras está fazendo a implantação do programa que é sucesso no Mato Grosso
Os pantaneiros estão em buscar do reconhecimento pelo trabalho de preservação de 87% do bioma. O caminho para conseguir a certificação de sustentabilidade ficou mais fácil através do projeto ‘Fazenda Pantaneira Sustentável’, iniciado em Mato Grosso e que começará a ser replicado em Mato Grosso do Sul neste mês.
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O projeto 'Fazenda Pantaneira Sustentável' será implementado em oito propriedades de Mato Grosso do Sul, após sucesso em Mato Grosso. A iniciativa visa certificar a sustentabilidade das fazendas pantaneiras, facilitando o acesso a certificações e créditos ambientais. Com apoio da coalizão Pontes Pantaneiras, técnicos capacitados pela Embrapa Pantanal irão auxiliar os produtores na adoção de boas práticas. O projeto é voluntário e já atraiu interesse de 24 produtores no estado. A ferramenta, fruto de 20 anos de pesquisa, oferece diagnósticos detalhados para melhorar a gestão das propriedades, promovendo a pecuária sustentável no Pantanal.
A ferramenta foi um sucesso nos resultados de 15 produtores que estão na região do Alto Pantanal e será ampliada para mais 70 fazendeiros interessados. Aqui na Nhecolândia, oito propriedades serão as pioneiras da implantação da plataforma no Estado.
A iniciativa só foi possível com a coalização Pontes Pantaneiras, que foi a facilitadora na capacitação de quatro técnicos que vão percorrer as áreas nas próximas semanas. “Essa é uma ferramenta muito poderosa que tem a Embrapa Pantanal como propriedade intelectual. Os técnicos aprenderam a usar a plataforma e vão dar a assistência técnica para os produtores. No Mato Grosso são cinco anos de projeto e os resultados são muito impressionantes que houve a procura de mais 70 fazendeiros”, explicou a coordenadora técnica, Miriam Perilli.
De acordo com ela, esta implementação só foi possível após as oficinas realizadas com os produtores desde 2023. “Esse foi um processo de escuta, para entender os desafios e criar um plano de ações para valorizar a pecuária sustentável. Para isso precisa passar pela fase de indicadores e comprovações. A ferramenta vai facilitar certificações, acesso a programas ambientais e linhas de créditos. Abre uma prateleira de oportunidades”, acrescentou.
Outros produtores de Mato Grosso do Sul estão interessados em participar do programa. Ele é feito de forma voluntária e os fazendeiros são parceiros em receber os técnicos, dando todo o suporte de acomodação e alimentação. Em troca, recebem todo o acompanhamento técnico para conseguir as boas práticas na propriedade de forma gratuita e constante. Interessados podem procurar o Pontes Pantaneiras neste link para se inscrever na lista de espera.
Entenda – O pesquisador e chefe do departamento de pesquisa da Embrapa Pantanal, Carlos Roberto Padovani explica que a ferramenta é resultado de 20 anos de estudos. “São feitos diagnósticos com base em uma série de critérios. É como se a propriedade passasse por uma bateria de exames médicos, simplificando, que resultam na identificação de pontos que precisam receber seus remédios, que são as boas práticas, agregando valor ao produtor rural”, exemplificou.
Com os resultados é possível conseguir fazer um ranking de pontuações que abrem uma série de vantagens. “Dentre elas, a certificação de que a propriedade atende as exigências do mercado que pede cada vez mais uma produção sustentável”, completou.
Quem participa do projeto em Mato Grosso, recomenda. A odontologista e produtora rural, Luciana Braga, participou da quinta oficina realizada ontem e hoje, em Campo Grande. “Entrei no projeto há dois anos, por convite de uma vizinha de propriedade. Gostamos muito da proposta de assistência a longo prazo”, destacou.
Ela, que já faz parte da sucessão de pantaneiros, ressalta que as orientações técnicas que tem recebido para aplicar na Fazenda Encanto, que fica em Cáceres, na região do Alto Pantanal, estão surpreendendo. “Nós sempre temos uma noção de onde queremos chegar, mas agora com o Fazenda Pantaneira Sustentável temos um olhar técnico na propriedade, que nos ajudar a planejar. É um apoio fundamental que nos ajuda a ter uma visão futura do negócio. Estamos trabalhando para conseguir o selo de sustentabilidade”.
A coalizão Pontes Pantaneiras, criada em 2022, é liderada pelo IPÊ - Instituto de Pesquisas Ecológicas, Embrapa Pantanal, Instituto Smithsonian e Universidade Colégio de Londres (UCL), contando ainda com diversas parcerias regionais e nacionais. A coalizão tem como objetivo abrir espaços de diálogos multissetoriais e identificar, de forma participativa, estratégias de desenvolvimento econômico, de conservação da biodiversidade e de promoção da cultura pantaneira.
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