Para combater incêndios com mais rapidez no Pantanal, brigada pede auxílio
Grupo depende de R$ 500 mil a serem arrecadados para manter brigada permanente por um ano no bioma
Proteger o Pantanal para que o fogo não saia do controle. Com quase 4 milhões de hectares destruídos pelas chamas, uma das alternativas para que desastres como esse não voltem a ocorrer nessa proporção, é a criação de brigadas de combate a incêndio. Atualmente, o bioma conta com apenas uma para todos os 18,7 milhões de hectares.
Há brigadas nas fazendas, mas atuam mais para controle interno do fogo nas próprias propriedades, sem atuação fora. Por isso, a única que funciona para fora das porteiras das fazendas é a brigada do IHP (Instituto Homem Pantaneiro), que conta com apenas oito integrantes.
Na tentativa de estruturar uma equipe permanente de combatentes, o instituto e parceiros buscam R$ 500 mil em recursos para manter duas brigadas por um ano no bioma, cada uma com sete homens e equipamentos suficientes para não apenas combater, mas prevenir o avanço do fogo.
Segundo a coordenadora técnica de projetos do IHP, Letícia Larcher, as duas brigadas atuariam para “proteger a região que tem umas das biodversidades mais ricas e é corredor de biodiversidades, de Porto Jofre, na divisa com Mato Grosso até a Serra do Amolar, em Corumbá”.
Para o coordenador de operações ambientais do Corpo de Bombeiros, coronel Waldemir Moreira, há sim necessidade de mais brigadas no Pantanal, inclusive para ajudar na atuação da própria corporação. Para ele, as brigadas funcionariam como um pronto atendimento aos focos, até que os bombeiros chegassem para o combate.
“Elas serviriam para fazer o primeiro combate. Poderiam intervir imediatamente até a chegada dos bombeiros, porque atualmente ninguém faz o primeiro combate e demora mais para combater o fogo”, avalia o coronel.
Moreira comenta ainda que “a emergência ocorre onde a prevenção falha” e que situações como a que passa o Pantanal neste momento poderiam não tomar tamanha proporção caso houvessem brigadas. “Uma brigada melhora a prevenção para não chegar onde está”.
Campanha - Dos R$ 500 mil pretendidos, a campanha que durará por mais 21 dias em site de “vaquinha social” já arrecadou R$ 216 mil. Segundo detalhes da página de arrecadação, “uma vez que a contratação de brigadistas pelo IBAMA e ICMBio ocorre de forma sazonal, entre julho e dezembro, e não consegue ter homens suficientes para atuar nas regiões mais remotas e menos habitadas do Pantanal, surgiu a ideia de montar uma brigada permanente e profissional para complementar a ação do Estado.”
A página detalha ainda que cada brigada será composta por 7 pessoas, sendo um líder mais seis brigadistas, cada uma com sua função e equipamento específico: abafador, bomba costal, motosserra, roçadeira, bomba d’agua e mangueira acoplada, entre outros.
“A meta é implementarmos duas equipes, pois assim haverá uma equipe ao norte e outra ao sul da região. O trabalho não se resume a apagar os focos incêndios. A equipe estará sempre atuando em prevenção e MIF (Manejo Integrado do Fogo).”
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