Para proteger rios, estradas e fazendas passam por intervenções em Bonito
Proprietários rurais foram notificados e constroem curvas de nível para evitar que as águas cheguem aos rios novamente
Fazendas e estradas da região de Bonito e Jardim estão sofrendo intervenções para evitar que águas da chuva cheguem novamente aos rios dos municípios, como aconteceu em meados de novembro. As ações foram tomadas após reuniões do comitê de emergência criado pelo Governo do Estado em resposta ao problema ambiental. Paralelamente, o Ministério Público propõe audiência pública para discutir a questão.
De acordo com a PMA (Polícia Militar Ambiental), além de notificados e autuados, os proprietários rurais estão realizando serviços em suas propriedades, construindo curvas de nível para evitar que as águas das chuvas voltem a invadir as estradas e sejam despejadas nos cursos d’água.
Conforme o gestor de desenvolvimento rural da Agraer (Agência de Desenvolvimento Agrário e Extensão Rural) de Bonito Paulo Sérgio Gimenes, intervenções estão sendo realizadas inicialmente na MS-385, próximo às cabeceiras. Ele adianta que várias iniciativas operam para que as propriedades rurais não causem mais problemas. “A ideia é que mais propriedades adotem técnicas conservacionistas num sistema de micro-bacias”, afirma.
Além disso, conforme o Imasul (Instituto de Meio Ambiente de Mato Grosso do Sul) a Agesul (Agência Estadual de Gestão de Empreendimentos) está executando trabalho de adequação das estradas e a Agraer, através do comitê, presta assistência no manejo do solo nas fazendas.
Segundo Paulo, sem o devido manejo nas estradas e nas propriedades - tanto de lavouras como de pecuária -, quando há grande volume de precipitação, as águas invadem as rodovias e acabam chegando aos rios.
O secretário de meio ambiente de Bonito Edmundo Dinelli Júnior confirma as ações emergenciais que estão sendo tomadas pelo Governo do Estado em relação a Bonito. Ele afirma que os proprietários das fazendas estão “em ritmo acelerado nas obras de conservação de solo”.
Segundo ele, as águas dos rios já estão voltando a ficar cristalinas. O grande volume de lama foi o reponsável para um tempo maior de recuperação, em comparação com outras vezes que os cursos d'água ficaram barrentos. “Dependendo do volume de água, em alguns dia limpa. O volume de material transportado foi intensamente maior. A propriedade havia acabado de fazer plantio, então havia muito solo solto. É um caso isolado”, explica.
“As propriedades são os grandes captadoras de água e estradas viram condutores. As estradas são parte do problema. As águas precisam ficar contida nas propriedades”, afirma ele sobre as ações integradas entre as fazendas e o Estado no que tange as rodovias.
Dinelli adianta também que a Prefeitura de Bonito Augusto Mariano está buscando recursos junto Governo Federal “para um plano mais arrojado de conservação e recuperação da água”. O secretário de turismo de Bonito detalha que uma equipe da prefeitura esteve em Brasília reunida com a Agência Nacional de Águas e a Sudeco (Superintendência de Desenvolvimento do Centro-Oeste).
Audiência Pública - O Ministério Público Estadual em Bonito propõe uma audiência pública para discutir os problemas ambientais que aconteceram devido ao grande volume de chuva. A reunião deve acontecer no dia 10 de dezembro naquele município.
Confira no vídeo como tem sido executados os trabalhos: