Pesquisa aponta queda na umidade do Pantanal e maior risco de incêndios em 2025
Utilizando imagens de satélite, a pesquisa mostra que a seca na região tem sido mais severa desde 2020
Estudos recentes conduzidos pela pesquisadora Fernanda Cano, da organização não-governamental Ecoa, revelam um cenário alarmante para a umidade da vegetação na parte sul do Pantanal. Utilizando imagens de satélite de 2020, 2024 e 2025, a pesquisa mostra que a seca na região tem sido progressivamente mais severa, levantando preocupações sobre a possibilidade de grandes incêndios neste ano.
RESUMO
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Estudos liderados por Fernanda Cano, da Ecoa, revelam que a seca no sul do Pantanal está mais severa, aumentando o risco de incêndios em 2025. Dados de satélite mostram que, apesar da seca intensa em 2024, houve menos queimadas comparado a 2020. A diferença de chuvas entre as partes norte e sul do Pantanal é preocupante, com o norte recebendo mais água, enquanto o sul enfrenta déficit hídrico. As previsões climáticas para 2025 indicam incertezas, destacando a necessidade de estratégias de prevenção para proteger o ecossistema pantaneiro.
Os dados apontam que a seca de 2024 foi mais intensa que a de 2020. No entanto, apesar da gravidade da estiagem, o Pantanal queimou 2 milhões de hectares a menos em 2024 do que em 2020. Esse dado sugere que, mesmo com um regime hídrico mais crítico, houve algum fator que reduziu a incidência de incêndios.
Desde 2020, as sub-bacias da parte norte do Pantanal têm recebido uma maior quantidade de água do que as do sul, o que impacta diretamente na umidade da vegetação e no risco de incêndios. Essa diferença se intensificou em 2024, quando as chuvas na região norte foram tão fortes que vários municípios declararam estado de emergência em janeiro devido a inundações.
Por outro lado, a parte sul da planície pantaneira segue com um deficit hídrico preocupante, o que pode comprometer a capacidade de resistência da vegetação aos períodos de estiagem.
Perspectivas para 2025 - A chegada de chuvas mais intensas em sub-bacias ao sul pode alterar o quadro atual, trazendo inundações e recuperando a umidade da vegetação na região. A grande questão, segundo os especialistas, é se a enorme quantidade de água já acumulada no norte será suficiente para inundar regiões mais ao sul. Esse fator será determinante para a definição dos riscos de incêndios nos próximos meses.
As previsões climáticas indicam um cenário semelhante ao de 2024, com a influência do fim do La Niña e a permanência de uma fase Neutra nas águas do Pacífico. Esses fenômenos impactam diretamente o regime de chuvas no Pantanal e aumentam a incerteza sobre a ocorrência de grandes incêndios.
Diante dessa possibilidade, especialistas reforçam a necessidade de estratégias de prevenção e monitoramento constante, garantindo que o Pantanal esteja preparado para enfrentar os desafios climáticos e minimizar os impactos ambientais e sociais.
Conforme a pesquisa, os próximos meses serão decisivos para definir se a água acumulada no norte do bioma será capaz de aliviar a situação crítica da parte sul, garantindo maior segurança para a biodiversidade e para as populações que dependem do ecossistema pantaneiro.
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