Petição reúne mil assinaturas contra desmatamento na região do Rio Verde
Abaixo-assinado pede ação contra o desmatamento de 220 hectares em Rio Verde de Mato Grosso; supressão vegetal foi paralisada pelo Imasul e retomada com autorização
Um abaixo-assinado virtual já reuniu mais de mil apoios da população contra o desmate de uma área de 220 hectares próxima às margens do Rio Verde, em Rio Verde de Mato Grosso –a 207 km de Campo Grande. A petição envolve um projeto de supressão vegetal que chegou a ser autorizado pelos órgãos ambientais competentes, foi paralisado e, na sequência, novamente autorizado mediante a criação de uma nova faixa de proteção.
“Esta acontecendo o desmatamento de um total de 220 hectares de mata muito próximo as (sic) margens do Rio Verde-MS. Embora a licença tenha sido expedida, a retirada desta mata causara o assoreamento deste Rio. A fauna será desabrigada e o turismo impactado. O Rio vai morrer!”, destaca a petição, que no início da noite desta quinta-feira (25) atingia 1.044 das 2 mil assinaturas pleiteadas.
A retirada de vegetação nativa na região da Fazenda Nossa Senhora do Perpétuo Socorro foi relatada por moradores ao Campo Grande News em 13 de abril deste ano. A mata estava a cerca de 50 metros do Rio Verde e a supressão vegetal, em um primeiro momento, atingiria 140 hectares –menos do que o citado no abaixo-assinado–, sendo que 80 já tinham sido derrubados.
O Imasul (Instituto do Meio Ambiente de Mato Grosso do Sul) autorizou a medida em 25 de fevereiro, após um ano da solicitação original. O fato também chamou a atenção do Ministério Público, que prometeu apurar os fatos. Ângelo Rabelo, coronel reformado e presidente do Instituo Homem Pantaneiro, apontou à época que intervenções na parte alta do Pantanal atingem a planície. Só na região entre Rio Verde e Coxim, segundo ele, mais de 80% do cerrado já foi retirado.
Três dias depois da reportagem, o Imasul suspendeu o desmatamento a pedido da Prefeitura de Rio Verde e anunciou nova análise da área, que seria de preservação. Em 23 de abril, anunciou-se a retomada do desmate, com a preservação de uma faixa verde a 50 metros acima da estrada.