PMA aplicou R$ 1 milhão em multas por desmatamento da Mata Atlântica em MS
Foram detectados 158,47 hectares de área destruída em 11 das 15 cidades fiscalizadas
A força-tarefa da “Operação Mata Atlântica em Pé” aplicou R$ 1.058.000,00 milhão em multas a fazendeiros por desmatamento ilegal do bioma, em Mato Grosso do Sul. Em apenas 11 dias de operação foram detectados 158,47 hectares de área destruída em 11 das 15 cidades fiscalizadas. São elas: Amambai, Anaurilândia, Japorã, Batayporã, Coronel Sapucaia, Corumbá, Iguatemi, Laguna Carapã, Porto Murtinho, Sete Quedas e Tacuru.
O relatório estadual foi apresentado pelo Major da PMA (Polícia Militar Ambiental) Cleiton Douglas da Silva, nesta sexta-feira (02) ao Promotor de Justiça do Núcleo do Meio Ambiente do MPMS, Luciano Furtado Loubet.
Esta foi a 4ª edição da operação que este ano foi organizada pelo MP (Ministério Público) do Paraná, com apoio dos MPs de outros 16 estados (Alagoas, Bahia, Ceará, Espírito Santo, Goiás, Minas Gerais, Paraíba, Paraná, Pernambuco, Piauí, Rio de Janeiro, Rio Grande do Norte, Rio Grande do Sul, Santa Catarina, São Paulo e Sergipe). Em MS, a fiscalização foi realizada pela PMA (Polícia Militar Ambiental).
As fiscalizações foram realizadas 15 cidades que abrigam a Mata Atlântica: Amambai, Anaurilândia, Batayporã, Coronel Sapucaia, Corumbá, Iguatemi, Japorã, Jateí, Laguna Carapã, Nova Alvorada do Sul, Ponta Porã, Porto Murtinho, Rio Brilhante, Sete Quedas e Tacuru. Os alvos da fiscalização foram definidos pelo Núcleo de Geotecnologias do Ministério Público de Mato Grosso do Sul.
Neste ano, foi utilizada também a Plataforma MapBiomas Alerta, um programa de alertas e emissão de relatórios de constatação de desmatamento. A plataforma reúne tecnologias de monitoramento e tratamento de dados, criados a partir da parceria entre universidades, empresas de tecnologia e ONGs que realizam o mapeamento anual da cobertura e do uso do solo no Brasil.
Essa nova ferramenta possibilita a obtenção de imagens de satélite em alta resolução para a constatação de desmatamentos recentes. A partir do Atlas e do MapBiomas, foram definidos diversos polígonos de desmatamento, fiscalizados durante a operação.
Outra novidade da operação neste ano foi a fiscalização remota, sem a necessidade de vistoria em campo, dada a precisão dos dados obtidos pelos sistemas de monitoramento via satélite. Os dados obtidos a partir das imagens podem ser cruzados com o Cadastro Ambiental Rural (CAR), identificando-se assim os proprietários dos terrenos. Isso viabiliza a lavratura de autos de infração e termos de embargo por via remota.
Patrimônio natural - A Mata Atlântica é um dos sistemas mais explorados e devastados pela ocupação humana: cerca de 70% da população brasileira vive em território antes coberto por ela – daí a importância da preservação do que ainda resta do bioma, fundamental para questões como a qualidade do abastecimento de água nas cidades.
O bioma ocupa uma área de 1.110.182 Km², equivalente a 13,04% do território nacional, e abriga diversas formações florestais (floresta ombrófila densa, floresta ombrófila aberta, floresta estacional semidecidual, floresta estacional decidual e floresta ombrófila mista, também denominada de Mata de Araucárias), além de ecossistemas associados (restingas, manguezais, campos de altitude, brejos interioranos e encraves florestais).
Estima-se que apenas 12% da vegetação original esteja preservada, 80% disso mantidos em propriedades particulares. É um dos biomas com maior diversidade de espécies de fauna e flora do país.