Relatório preliminar do Imasul aponta falta de oxigênio no Rio Negro
Fato reforça a possibilidade do fenômeno "decoada"
O Imasul (Instituto de Meio Ambiente de Mato Grosso do Sul) emitiu um relatório com as primeiras análises feitas no local em que técnicos colheram amostras da água do Rio Negro, em Aquidauana, onde milhares de peixes apareceram mortos há cerca de 2 semanas. De acordo com o instituto, foram encontrados indícios da falta de oxigênio.
Não estão descartadas outras hipóteses, segundo o gerente do Imasul, Roberto Gonçalves. “Estas observações preliminares foram obtidas no local. Estamos aguardando a conclusão dos exames da demanda química e bioquímica de oxigênio, que estão sendo feitos no laboratório do Imasul e ficam prontos na segunda-feira (7)” explicou.
O relatório de número 01/2011 apontou que o fenômeno conhecido como “decoada” possa ter ocorrido em função da alta temperatura da água, que provoca o aumento do metabolismo dos organismos e ao mesmo tempo a diminuição na solubilidade dos gases.
De acordo com as observações preliminares, estes dois efeitos agem no momento de maior necessidade de oxigênio nos organismos é que este gás está menos solúvel na água.
Foi observado ainda pelos pesquisadores a concentração SDT (Sólidos Dissolvidos Totais) e valores altos de condutividade elétrica, indicando que essas também podem ter contribuído com a morte dos peixes.
A turbidez extremamente baixa indica que não há sólidos suspensos na coluna de água e com isso os raios solares atingem profundidades maiores, o que provoca o aumento da temperatura das águas bem acima da média que é em torno de 25°C.
Acompanhados de policiais militares ambientais, os técnicos do Imasul sobrevoaram a região antes de coletar as amostras..
A PMA considerou remota a possibilidade de os peixes terem morrido por envenenamento. A possibilidade foi levantada por Beatriz Rondon, produtora rural da região. Na opinião dela, o uso irregular de agrotóxico pode ter causado o desastre ambiental e o fato de outros animais não estarem se alimentando de cardumes mortos, reforçaria a suspeita.
De acordo com o capitão da PMA Ednilson Queiroz alguns sinais confirmam essa opinião. “Se houvesse veneno no rio, essa substância seria levada na descida da água. E no prolongamento do rio, não registramos mais mortes de peixes”, explica.