Ruas amanhecem entupidas de lixo e expõem a "porquice" dos foliões
Na Esplanada Ferroviária, quilos de resíduos foram jogados no chão, enquanto as lixeiras ficaram vazias.
Como é de praxe, um amontoado de lixo encobria as ruas da região central de Campo Grande na manhã deste domingo (11), após a brincadeira de Carnaval na Esplanada Ferroviária. É mesmo um fiel retrato da falta de consciência dos foliões: enquanto copos de plásticos, garrafas de cerveja, vodka e até restos de fantasia foram largados no chão, as lixeiras próximas amanheceram completamente vazias.
Os sete funcionários da Solurb escalados para o “desafio” de limpar a área relataram que a quantidade de lixo no local aumentou consideravelmente em relação à noite anterior. Era tanto material nas calçadas, vias e no entorno do palco, que foi preciso dividir o serviço em etapas, agrupando a sujeira em pontos diferentes para depois coletá-la.
A imundície era tanta, que as equipes chegaram às 6 horas da manhã e ainda não haviam feito metade do serviço realizado no mesmo período deste sábado (10), em questão de duas horas.
Espalhados pelo chão, tudo quanto é tipo de material. Mais que copos de plásticos, latinhas e garrafas de cerveja, vodka, cachaça e vinho, foram encontrados diversas embalagens de preservativo, tênis, óculos escuros, chinelo, sutian, documento de identidade e restos de fantasia como buquê de flores, máscaras e asas de anjo.
No local, por onde passou o tradicional Cordão da Valu, uma das maiores manifestações do Carnaval de Rua na Capital, na noite deste sábado – e que seguiu madrugada adentro – o mau cheiro era terrível. Fedor de lixo e de urina, perto dos banheiros químicos.
As enormes lixeiras disponibilizadas pela prefeitura em vários pontos da Esplanada Ferroviária pareciam carros-alegóricos: só enfeitando mesmo. Estavam vazias; algumas com um ou outro copinho.
“Parece que se jogar lixo dentro vai sujar a caçamba!”, ironizou José Dias, 62, aposentado.
“É impressionante como o Carnaval tem tanta alegria, mas deixa essa triste lembrança no dia seguinte. Quem mora perto sofre”, diz.
A essa altura, foliões devem estar dormindo, se recuperando para mais uma noite de Carnaval, o lixo já está sendo varrido e, na fachada de um dos comércios locais, a pichação: "No mundo da podridão".