“Camadas de criptografia” garantem segurança de dados em urnas eletrônicas
Um clima de completa tranquilidade marca o primeiro dia de transmissão de dados para os cartões com informações de eleitores e candidatos que participarão das eleições em outubro. Técnicos judiciários trabalham em um ambiente calmo, como se o material que está no Fórum Eleitoral de Campo Grande não contivesse registros essenciais para a realização do pleito. Tudo isso baseado na garantia de que o material que guarda o conteúdo é inviolável.
Nenhum representante do Ministério Público, Ordem dos Advogados do Brasil (OAB/MS), fiscais de partidos políticos ou coligações compareceu para acompanhar os trabalhos de inserção nos chamados “flashcards” de informações como o sistema de votação, nome, número e foto dos candidatos, além dos dados dos eleitores de cada seção que estarão em cerca de 5.800 urnas eleitorais espalhadas pelos 79 municípios do Estado durante as eleições de outubro.
Segundo a secretária de tecnologia da informação do TRE-MS, Luciana Alencar, essa situação é comum. “Em todas as eleições os representantes da OAB e de partidos são convidados por meio de edital, mas não comparecem”.
Segurança – Um dos motivos que podem gerar esse desinteresse é a confiança na segurança na transmissão de dados para as urnas eletrônicas. “Todo ano o TSE (Tribunal Superior Eleitoral) trabalha em atualizações de criptografia das informações”, diz Luciana.
Para Valdemir Souza, técnico do judiciário do TRE que trabalha na transmissão de dados, é improvável que exista algum tipo de fraude durante os procedimentos. “Todos os funcionários que estão trabalhando aqui são concursados, o que garante a qualidade e a confiança no que é feito”.
O também técnico judiciário Diogo Arantes, ao ser questionado sobre a possibilidade de fraude nas urnas, diz não conseguir pensar numa forma de burlar o sistema ou fraudar os “flashcards”. “Qualquer modificação que é feita nas urnas é registrada nos cartões. O simples fato de alguém desligar a urna fica marcado o horário. São diversas camadas de criptografia, que qualquer tentativa de quebrá-los seria logo descoberto”, finaliza.
Caso no RS – A Polícia Federal prendeu duas pessoas em Brasília e uma em Xangri-lá (RS), nesta terça-feira (13), em uma operação contra uma quadrilha de criminosos que prometia fraudar urnas eletrônicas nas eleições municipais de 2016. No entanto, como não houve indícios de que os criminosos realmente poderiam fraudar as urnas, a investigação concluiu que as promessas de votos se tratavam de estelionato.