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Política

Tucanos vão se reunir com Bernal para oficializar independência

Carlos Martins | 06/03/2013 14:07
Vereadora Rose: " Quero contribuir e naquilo que for importante para a cidade ele [Bernal] pode contar comigo' (Foto: Izaias Medeiros/Câmara)
Vereadora Rose: " Quero contribuir e naquilo que for importante para a cidade ele [Bernal] pode contar comigo' (Foto: Izaias Medeiros/Câmara)

A vereadora professora Rose Modesto (PSDB), que foi apoiada pelo prefeito Alcides Bernal (PP) quando disputou a presidência da Câmara, e acabou perdendo a eleição para o vereador Mário César (PMDB), disse hoje que ela e o colega João Rocha (PSDB) irão comunicar oficialmente ao prefeito que a partir de agora irão agir de forma independente. Os dois vereadores integravam a base composta por nove dos 29 vereadores que apoiavam o prefeito Alcides Bernal. Ontem, os líderes do partido decidiram que não irão conversar mais como o prefeito sobre a participação tucana na administração municipal.

O partido não se considera representado na administração porque o secretário José Chadid, que tem vínculo com o partido, foi uma escolha pessoal do prefeito. “Não vamos responder por uma pasta tão importante como a Educação só com o Chadid lá dentro, sentado na cadeira. Aquilo lá é técnico, e não vamos responder pela Educação em Campo Grande se quem está tocando lá dentro não somos nós”, disse a vereadora. Ela disse que o próprio prefeito foi comunicado que o PSDB queria autonomia para fazer a educação da forma que o partido pensava, com eleição para diretor de escola, por exemplo.

Os vereadores afirmam que tal postura não significa rompimento com o prefeito e aquilo que for de interesse da população terá o apoio dos vereadores tucanos. “Vamos conversar com o prefeito, ou hoje, ou amanhã. O simples fato de irmos conversar mostra que não fechamos o entendimento”, disse o vereador João Rocha. O prefeito viajou para Brasília para participar de um encontro nesta quarta-feira com a presidente Dilma Rousseff com prefeitos de todo o País.

“Não faremos oposição raivosa, não estamos rompendo com o prefeito. Como você vai romper alguma coisa se nem começou?”, indagou a vereadora Rose. Ela se disse preocupada com as seguidas afirmações do prefeito de que existem vereadores que estão tentando prejudicar sua administração. “Falo por mim, quero muito que dê certo. Não estou aqui para ser instrumento para atrapalhar a administração dele, acreditei demais na proposta, porque, inclusive, a proposta dele de mudança, de transformação, tinha pontos comuns com as propostas do PSDB. Quero contribuir e naquilo que for importante para a cidade ele pode contar comigo. Já aquilo que eu entender que não é bandeira do meu partido, vou ter a liberdade de votar da forma que eu entender”.

Apoio tucano - Bem avaliado no primeiro turno pelos eleitores, no segundo turno o deputado federal Reinaldo Azambuja juntamente com a cúpula tucana apoiou Alcides Bernal. Vencido o pleito, Bernal declarou que os aliados teriam espaço em sua administração. “Fui para o programa de Bernal na TV, fui para carreta, fui para bairro pedir voto. Querendo ou não, nossa digital ficou lá, só que não foi deixada com o propósito de barganhar espaço. Ele disse lá atrás que precisava do PSDB, só que na prática isso não aconteceu. Ele não tem a digital do PSDB na administração”, disse a vereadora.

O presidente municipal do PSDB, Carlos Alberto Assis, resumiu assim a posição de independência do partido em relação ao governo Bernal: “Você não perde o que você não tem e você não sai de onde nunca entrou”. Ele reiterou que o PSDB sempre foi independente e quem não acredita na força do PSDB “está perdendo”. “Provamos nossa força com o nosso candidato a prefeito [deputado federal Reinaldo Azambuja]. É um partido que pode sobreviver sem estar no governo. Tem fôlego para isso”, finalizou.

Já o vereador Alex do PT, líder do prefeito na Câmara, prometeu que iria conversar com os dois vereadores para buscar um entendimento. Ele declarou estar otimista na permanência dos dois na base do prefeito. “Não dá para encerrar o diálogo, eles são legítimos representantes da sociedade e vamos retomar o diálogo e torcer para que cheguemos a um entendimento”. Mesmo com a decisão de dois vereadores deixarem a base de apoio, Alex disse que continua conversando com outros parlamentares para tentar levá-los para a bancada governista, de acordo com intenção do próprio Bernal. “Não podemos dizer que está tudo indo para água abaixo. Existe a necessidade de diálogo, tem que ter paciência, pois a política é dinâmica, não é que nem medicamento que tem prazo de validade”, comparou.

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