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Política

"A bola está no pé da Presidência", diz Russo sobre o Ministério dos Transportes

Débora Diniz, de Brasília | 06/07/2011 17:28

Senador sul-mato-grossense afirma que escolha de substituto será feita com cautela e admite que PR pode ficar sem a pasta

Apenas duas semanas depois de assinar sua ficha de filiação ao PR, o senador Antonio Russo, que assumiu a vaga de Marisa Serrano na semana passada, vê seu partido no centro do escândalo que provocou a queda do Ministro dos Transportes, Alfredo Nascimento. Demonstrando confiança de que o agora ex-titular da pasta conseguirá explicar as denúncias, o parlamentar garante que não há qualquer mal-estar entre a legenda e o governo federal.

“Não houve nenhuma discussão entre partido e governo. Não há nenhum mal-estar quanto a isso”, assegurou há pouco ao Campo Grande News. Russo foi um dos participantes da reunião convocada pela ministra das Relações Institucionais, Ideli Salvatti, hoje à tarde. O encontro com os senadores do partido serviu para mostrar que a situação de Nascimento era insustentável.

Ainda não há definição sobre o nome do novo ocupante da vaga. Informações de bastidores sinalizam que a saída de Nascimento é a chance que a presidente Dilma esperava para se livrar de uma das heranças do ex-presidente Lula. Agora, o governo estaria fortalecido para nomear alguém de confiança para uma pasta estratégica na execução do PAC, menina dos olhos do Planalto.

Russo prefere não apostar em nomes e muito menos na permanência do partido à frente dos Transportes. “A escolha será feita com muita calma. Vamos aguardar o governo para ver o que vai acontecer daqui para frente. Era uma posição do PR, mas o cargo não pertence ao partido, mas ao governo. A bola está no pé da Presidência”, diz. O senador observou, ainda, que o governo é “bastante grande” para acomodar os partidos aliados.

Alfredo Nascimento deve retomar sua vaga no Senado na semana que vem, disposto a assumir a liderança do partido e a negociação do seu substituto. Mas a demissão não deve isentá-lo de explicações sobre as denúncias. A oposição continua colhendo assinaturas para a instalação de uma CPI e já teria reunido 21 dos 27 nomes necessários para iniciar a investigação. O governo, por sua vez, já convocou até a Polícia Federal para apurar o caso. “O ministro vem para o Senado na semana que vem e daí para frente ele vai se defender”, garante Russo.

O nome mais cotado para o cargo é o de Paulo Sérgio Oliveira Passos, atual secretário-executivo do Ministério e de perfil considerado técnico. Hoje à tarde, a presidente Dilma o convocou para tratar de assuntos da pasta, o que teria antecipado a saída de Nascimento. O ex-ministro teria se sentido preterido, e dediciu entregar a carta de demissão.

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