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Política

Acusações superam propostas em debate dos candidatos ao 2º turno

Ricardo Campos Jr. e Leonardo Rocha | 21/10/2016 23:30
Candidatos participaram de debate nesta sexta (Foto: Alcides Neto)
Candidatos participaram de debate nesta sexta (Foto: Alcides Neto)

Marcado por trocas de acusações e ataques, o primeiro debate entre Marquinhos Trad (PSD) e Rose Modesto (PSDB) no segundo turno das eleições, organizado pelo jornal Midiamax, durou cerca de duas horas. Enquanto o deputado estadual apontava o que o Governo Estadual prometeu em 2014 e ainda não realizou, a tucana tentou relacionar o rival ao irmão Nelson Trad Filho (PTB), investigado por uma série de irregularidades.

No primeiro bloco, o mediador sorteou os temas e os participantes elaboravam perguntas uns para os outros. Marquinhos questionou Rose sobre o sumiço de R$ 3 milhões que deveriam ter sido gastos em campanhas de conscientização contra a dengue e lembrou das mortes registradas no estado em decorrência da doença.

A candidata falou da aliança do adversário com o atual prefeito, Alcides Bernal (PP), alegando inconsistência desse apoio, já que ambos trocaram críticas durante a campanha do primeiro turno. Marquinhos afirmou que ela também procurou o pepista em busca de apoio, que teria sido rejeitado pelo gestor municipal

Trad lembrou de promessas de Azambuja na última eleição estadual que ainda não foram colocadas em prática, como por exemplo a construção de novos hospitais. Rose, por sua vez, voltou a associar o adversário ao irmão, lembrando do atraso nas obras do Hospital do Trauma e do caso Gisa, sistema que deveria gerenciar a saúde na cidade que nunca saiu do papel.

O candidato do PSD criticou o aumento de impostos pelo estado e questionou várias vezes a tucana se o dinheiro das inspeções veiculares, posteriormente declaradas irregulares pela Justiça, seriam devolvidos aos contribuintes.

No tema concurso público, Rose lembrou a denúncia feita pelo candidato derrotado nas urnas Athayde Nery (PPS) de que Trad foi nomeado pelo pai na Assembleia Legislativa na época em que cursava direito no Rio de Janeiro, o que o tornaria funcionário fantasma, além disso, criticou o fato de ter sido efetivado sem prestar concurso público.

Marquinhos, em troca, lembrou outra denúncia de que sobrinhos de Rose foram nomeados no TCE (Tribunal de Contas Estadual) também sem concurso público e que o irmão dela foi ordenador de despesas da Semed.

Rose tentou ligar o rival ao irmão dele, Nelson Trad Filho (Foto: Alcides Neto)
Rose tentou ligar o rival ao irmão dele, Nelson Trad Filho (Foto: Alcides Neto)
Marquinhos se concentrou em apontar falhas do governo (Foto: Alcides Neto)
Marquinhos se concentrou em apontar falhas do governo (Foto: Alcides Neto)

Segundo bloco – Os candidatos fizeram perguntas sobre temas livres aos adversários e o clima continuou tenso. Rose lembrou caos na Santa Casa causado pela intervenção do município na época em que o irmão do adversário gerenciava a cidade. Na réplica sobrou até para Luciano Huck e Angélica, já que o candidato lembrou que o governador visitou o hospital na ocasião apenas porque as vítimas eram famosas.

Trad ainda acusou o estado de repassar apenas um terço do valor informado publicamente ao maior hospital do estado e disse ter uma carta assinada pela direção da instituição confirmando a informação, embora não tenha apresentado a prova durante o programa.

A troca de ofensas rendeu um direito de resposta a cada um deles. A Marquinhos, por ter sido, segundo ele, chamado de mentiroso várias vezes durante o debate e a Rose, pela denúncia de que seu irmão teria sido ordenador de despesas na Semed.

Nas considerações finais, a tucana falou primeiro. Agradeceu a Deus, disse que a caminhada não foi fácil e que irá superar os desafios. Lembrou ainda do vice, Cláudio Mendonça (PR), e à família. Afirmou que é motivada pela convicção de que é possível fazer mais por Campo Grande com uma boa equipe.

Marquinhos, por sua vez, disse que está preparado para assumir o Executivo e fez um resumo de suas propostas para saúde, com a criação das clínicas da família, compra de equipamentos e valorização de funcionários públicos; segurança pública, com projetos de iluminação e limpeza de terrenos; e educação, pagando o piso exigido pelos educadores.

Apenas o candidato do PSD teve torcidas acompanhando o programa em um telão no estacionamento. Nenhuma rua foi interditada e não foi necessário apoio da polícia.

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