Advogados pedem anulação de vídeo que motivou prisão de Delcídio
A defesa do senador Delcídio do Amaral (PT) pediu ao STF (Supremo Tribunal Federal) a anulação do vídeo em que ele supostamente oferece ajuda na fuga de Nestor Cerveró e tenta impedir a delação premiada. As imagens foram gravadas por Bernardo Cerveró, filho do ex-diretor da Petrobras, e usadas pelo MPF (Ministério Público Federal) para embasar o pedido de prisão do parlamentar.
Segundo informações divulgadas pelo G1, os advogados alegam que Bernardo agiu como “agente infiltrado” ao gravar o encontro com o petista. Dessa forma, as imagens carecem de autorização prévia da Justiça para serem usadas como prova.
Além disso, ainda conforme o site, a defesa alega também que o senador não pretendia perturbar as investigações e que a reunião onde o vídeo foi gravado foi marcada como uma armadilha para Delcídio.
Prisão – O petista foi detido em novembro como desdobramento da operação Lava Jato. Desde então, o parlamentar, mantido inicialmente na superintendência da Polícia Federal, em Brasília, foi transferido para o presídio militar, teve a prisão mantida pelo STF e Senado, e agora aguarda o retorno dos trabalhos do judiciário e legislativo para entrega de nova defesa.
Segundo a PGR (Procuradoria Geral da República), que já denunciou o senador ao STF, ele teria agido de forma a dificultar a colaboração premiada de Cerveró, com o objetivo de evitar que fosse divulgado seu envolvimento nas possíveis irregularidades da Petrobras. O petista ainda foi gravado oferecendo um plano de fuga ao ex-diretor.
Havia cogitação, até agora negada pela defesa, de o senador aderir à delação premiada, o que foi reforçado quando o parlamentar contratou o advogado Antonio Figueiredo Basto, em dezembro passado, especialista em acordos de colaboração.
Ele é responsável pelo processo de colaboração do doleiro Alberto Yousseff. Além disso, há informações de que o petista teria voltado a manifestar irritação com o governo e o ex-presidente Luís Inácio Lula da Silva.