Advogados se articulam para ver julgamento de Júlio Cesar na OAB nacional
Cerca de 30 advogados de Mato Grosso do Sul deverá viajar na segunda-feira (7) a Brasília para acompanhar a sessão extraordinária que poderá decretar a intervenção na seccional sul-mato-grossense da Ordem dos Advogados do Brasil (OAB-MS) e a convocação de nova eleição. Os grupos estão de oposição e situação estão se articulando para participar da histórica sessão da OAB nacional.
O grupo dos grupos, o da renúncia coletiva de 81 diretores e conselheiros seccionais, realizam reunião esta noite para definir quem falará durante a sessão. Como todas as ações com pedidos de intervenção foram reunidas, o grupo de oposição também está fazendo os preparativos para ocupar parte do tempo. Também o reduzido grupo que apoia o isolado presidente da OAB-MS, Júlio Cesar Souza Rodrigues, está se articulando.
“Estamos trabalhando na defesa da nova eleição, fazendo memórias, definindo fundamentos sobre a necessidade de nova eleição”, informou Jully Heyder, ex-secretário-adjunto da OAB-MS, um dos 81 que renunciaram há uma semana. Segundo ele, na reunião desta noite, seu grupo vai definir quem fará a sustentação oral durante a sessão do Conselho Federal.
O julgamento é exclusivo para julgar o pedido de intervenção e nova eleição na OAB-MS, devendo começar a partir das 17 horas com a apresentação do relatório por parte do relator, conselheiro Fernando Pierro (AC).
São necessários 14 votos favoráveis de bancadas estaduais de um total de 27 para a aprovação do relatório de Pierro. No Conselho Federal da OAB as decisões são tomadas por bancada estadual, cada uma com três integrantes. “E conta um voto por Estado”, explica Jully.
Depois da renúncia dos dois conselheiros federais Carlos Marques e Leonardo Duarte, ex-presidentes da OAB-MS, a bancada de Mato Grosso do Sul no Conselho Federal ficou restrita a Afeif Mohamed. Uma suplente, Samia Barbieri, assumiu uma vaga de titular devido às renúncias. Apesar disso, a bancada de MS não deve votar, já que está impedida regimentalmente em razão do interesse na causa.
A intervenção foi solicitada em razão de o presidente da OAB-MS, Júllio Cesar, ter feito tratativas contratuais de serviços advocatícios com o então prefeito de Campo Grande, Alcides Bernal (PP), cassado no dia 12 de março. Oposição e ex-aliados consideraram que Júlio feriu a ética profissional, pois poderia haver tráfico de influência já que Bernal responde a processo ético por sua atuação como defensor da ex-catadora de lixo Dilá de Souza.