OAB suspende diretores "biônicos" e nomeia "tesoureiro" para Júlio Cesar
O Conselho Federal da OAB (Ordem dos Advogados do Brasil) aprovou, por unanimidade, anular as nomeações dos diretores "biônicos" feitos na sexta-feira pelo presidente da seccional de Mato Grosso do Sul, Júlio Cesar Souza Rodrigues, e nomear um conselheiro federal para coordenar a parte financeira da instituição. A medida, que vale até a próxima segunda-feira, é praticamente uma intervenção na OAB/MS e entrou em vigor na tarde de hoje.
A diretoria da OAB decidiu intervir e suspender as nomeações feitas na sexta-feira (28) dos quatro novos diretores da OAB-MS: José Belga Assis Trad (vice-presidente), Gustavo Tolentino (secretário-geral), Diego Nemo Marcondes (Tesoureiro) e Luiz Carlos Saldanha (secretário-adjunto).
A partir de hoje, Júlio Cesar deixa de ter o controle das finanças da entidade, já que terá que assinar todos os documentos junto com o conselheiro federal Pedro Paulo Guerra de Medeiros (GO), nomeado hoje para atuar como coordenador de despesas in loco.
De acordo com o secretário geral da diretoria, Cláudio Pereira de Souza Neto, as decisões ficarão suspensas até a realização da sessão extraordinária do Conselho Pleno Federal da OAB convocada para o dia 7 de abril. Na próxima segunda-feira, a OAB analisa, em assembleia extraordinária, três pedidos de intervenção e a convocação de novas eleições em 50 dias na OAB/MS.
A decisão é mais uma derrota de Júlio Cesar, que colocou a entidade na mais grave crise da sua história. Tudo começou com um contrato sem licitação e firmado em regime de urgência, num intervalo de 24 horas, com o prefeito cassado Alcides Bernal (PP). Até a Justiça já cancelou o contrato e o presidente da OAB/MS recorreu contra a sentença.
Ele perdeu o apoio dos atuais diretores e a crise ganhou contornos irreversíveis com a renúncia de 81 membros, incluindo-se quatro dos cinco diretores.
Júlio Cesar já está sob vigilância da OAB nacional desde meados do mês, quando foram enviados quatro conselheiros ao Estado para acompanhar pessoalmente a crise na instituição.
A oposição e os ex-diretores comemoraram a decisão de hoje.