Aliados criticam Comissão Processante, mas admitem possibilidade de cassação
Grande parte da pequena base aliada do prefeito de Campo Grande, Alcides Bernal (PP), na Câmara Municipal, crítica à criação de uma Comissão Processante para cassar o mandato do chefe do Executivo, mas, por outro lado, admitem que, caso realmente haja a tal comissão, Bernal corre o risco de ser retirado do poder por não ter minoria na Casa de Leis.
Luiza Ribeiro (PPS) argumentou que a função dos vereadores é fiscalizar o Executivo e trabalhar pela cidade, não atuar somente para cassar o prefeito. “Sempre tenho dito que isso (comissão processante) não pode ser o objetivo da Câmara. Acho que essa não deve ser a pauta, mas parece que a cassação é quase um objetivo, uma finalidade política”, disse.
Questionada sobre a quantidade de votos que Bernal receberia para uma cassação, a parlamentar disse que não tem como avaliar, mas lembrou. “O prefeito não tem maioria na realidade desde a eleição”, concluiu. O pastor Gilmar da Cruz (PRB), único da sigla na Casa de leis, também preferiu não fazer avaliações prévias sobre o assunto.
“Se vai sair (comissão processante) não dá para prever, mas se por acaso ocorrer, todos têm que analisar muito bem para não cometer injustiça. Sabemos que essa é uma briga política, briga pelo poder, mas isso é normal. Mesmo assim acredito que ele não será cassado”, finalizou.
O vereador Ayrton Araújo (PT) foi mais categórico. Para o petista a comissão processante pode ser instalada porque a oposição é maioria da Casa de Leis. “Porém, acredito que o relatório da CPI do Calote não terá conteúdo para cassar o Bernal porque isso aí é perseguição, não existe outro nome para isso”, opinou referindo-se ao relatório conclusivo da CPI que apurou suposta falta de pagamento aos fornecedores da Prefeitura.
Líder de Bernal na Casa, o vereador Marcos Alex (PT), preferiu não comentar sobre a possibilidade de cassação. “Não vou trabalhar com essa hipótese”.