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Política

André cobra envio de forças federais para atuar em área invadida por índios

Aline dos Santos | 10/05/2012 07:40

O governador ressaltaque o clima de tensão é extremamente preocupante e eleva o risco de os conflitos resultarem em mortes

O governador André Puccinelli (PMDB) cobra ação do Ministério da Justiça no caso de invasões de 12 fazendas por índios kadiwéus em Corumbá e Porto Murtinho e o fechamento de rodovia pelos guaranis em Dourados.

Segundo ofício remetido ao ministro José Eduardo Martins Cardozo, o emprego de armas de fogo pelos kadiwéu, assim como o clima de insegurança que se espalha pela região, exige a presença imediata de forças federais.

No documento, o governador ressalta ainda que o clima de tensão é extremamente preocupante e eleva o risco de os conflitos resultarem em mortes. Puccinelli destacou ainda a situação na região de Dourados, com as sucessivas interrupções no tráfego da rodovia MS-156 que passa pelas reservas Bororó e Jaguapiru.

Nesta semana, após o STF (Supremo Tribunal de Justiça) considera nulos os títulos de terra localizados em área indígena no sul da Bahia, os kadiwéus ocuparam azendas em Mato Grosso do Sul, no que chamam de processo de retomada.

Presidente da Comissão de Assuntos Agrários e Agronegócios da OAB/MS (Ordem dos Advogados do Brasil), Lucas Abes Xavier, denunciou que os indígenas estão armados e usaram de violência para expulsar os proprietários e funcionários das fazendas.

“A história recente em Mato Grosso do Sul mostra que não é comum os índios usarem arma de fogo. É comum que eles sejam mortos por armas”, afirma Flávio Machado, do Cimi (Conselho Indigenista Missionário). De acordo com ele, existe farta documentação de que a totalidade da terra pertence aos kadiwéus.

A demarcação da reserva dos kadiwéus foi em 1981.Dos 538 mil hectares, 160 mil estão em disputa na Justiça desde 1987. Contudo, a história da terra dos kadiwéus remonta ao Segundo Reinado, quando o imperador Dom Pedro II doou a área como contrapartida pela participação dos indígenas na Guerra do Paraguai.

Na ação que tramita há 25 anos no STF, há pelo menos 235 partes. Ontem, a OAB/MS (Ordem dos Advogados do Brasil) solicitou, por meio de requerimento, urgência ao STF (Supremo Tribunal Federal) no julgamento da ação.

A reserva indígena abrange áreas no Pantanal e na Serra da Bodoquena, e tem quatro aldeias: Bodoquena, Campina, Tomázia e São João.

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