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Política

Após uma semana preso, ex-prefeito de Corumbá obtém habeas corpus em SP

Fabiano Arruda | 27/05/2011 16:21

Ricardo Cândia prestou depoimento ontem

Cândia foi ouvido ontem à tarde por promotores e deve ser liberado ainda hoje. (Foto: Leandro Ferreira/AAN)
Cândia foi ouvido ontem à tarde por promotores e deve ser liberado ainda hoje. (Foto: Leandro Ferreira/AAN)

O ex-prefeito de Corumbá e ex-diretor de Planejamento da Prefeitura de Campinas (SP), Ricardo Chimirri Cândia, obteve, na tarde desta sexta-feira, habeas corpus, concedido pelo desembargador-relator Amado de Faria da 15ª Câmara Criminal do TJ/SP (Tribunal de Justiça do Estado de São Paulo).

Exatamente uma semana após ter sido preso, ele deve deixar a cadeia anexa ao 2º Distrito Policial do município campinense a qualquer momento.

Cândia e outras dez pessoas foram presas na sexta-feira da semana passada em operação do Gaeco e Ministério Público de São Paulo acusadas de envolvimento em fraudes de licitações da Prefeitura. As prisões foram feitas, segundo as autoridades, para não atrapalhar as investigações.

Em depoimento prestado ontem, o ex-prefeito de Corumbá negou envolvimento no suposto esquema de fraudes em contratos públicos e pagamento de propina da Sanasa (Sociedade de Abastecimento de Água e Saneamento S.A). Ele é apontado como braço direito da primeira-dama de Campinas, Rosely Nassim Jorge Santos, e atuaria como responsável por receber e destinar o dinheiro de propina em nome de Rosely, que seria a líder.

Apesar de Cândia ter negado vínculo com Rosely, segundo divulgado pela imprensa campinense, consta na página 284 do relatório do MP que “conforme explicado pelo senhor Luiz Augusto Castrillon de Aquino, o senhor Ricardo Chimirri Cândia atua diretamente com a senhora Rosely Nassim Jorge Santos no recebimento e destinação dos valores provenientes do esquema de corrupção da Sanasa".

República de MS - Além de Cândia, o ex-diretor da Sanesul e da Sanasa, Aurélio Cance Junior, também prestou depoimento ontem e negou envolvimento.

Cance e Francisco de Lagos, que foi secretário de Cultura em Campo Grande, na prefeitura de Lúdio Coelho, que era considerado foragido e não chegou a ser preso na operação, foram beneficiados com decisão do TJ/SP de revogação da prisão preventiva.

Cândia, Cance Júnior e Francisco Lagos formam a “República de Mato Grosso do Sul”, alvo de investigações no caso.

Francisco Lagos teve prisão revogada ontem. Ele não chegou a ser preso. (Foto: Rac)
Francisco Lagos teve prisão revogada ontem. Ele não chegou a ser preso. (Foto: Rac)

Nesta sexta-feira, Lagos se recusou a falar sobre o habeas corpus que o livrou da prisão decretada há uma semana. “Eu não vou falar agora (...) não neste momento”.

Outro sul-mato-grossense que consta no escândalo é José Carlos Bumlai, empresário e pecuarista. O depoimento dele é colhido por promotores do Gaeco na tarde desta sexta-feira.

Amigo do ex-presidente Lula, ele foi apontado nas investigações no depoimento do ex-presidente da Sanasa Luiz Augusto Castrillon de Aquino, sob acordo de delação premiada, como recebedor de recursos da empresa Constran por contratos supostamente superfaturados mantidos com a empresa mista. Os valores teriam como destino o PT nacional e até mesmo o governo Lula.

“Não conheço estas pessoas, não tenho ligação com prefeitura de lugar algum. Estou perplexo com tudo isso”, explicou em entrevista ao Campo Grande News.

O escândalo da Sanasa abalou a estrutura político-administrativa de Campinas e motivou vários protestos na cidade. Ontem, o vice-prefeito, Demétrio Vilagra, foi preso no aeroporto de Guarulhos ao pisar no Brasil. Ele também aguarda para esta sexta um habeas corpus. Vilagra ficou foragido por seis dias, mas foi detido retornando de viagem à Europa. (Com informações do grupo Rede Anhanguera de Comunicação)

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