Após almoço com aliados, Zeca diz que acredita em reviravolta na votação
Os aliados da presidente Dilma Rousseff acreditam ser possível reverter a tendência de aprovação do impeachment, e várias lideranças do PT se reuniram num almoço na casa do deputado Beto Faro para discutir estratégias de ação para este sábado.
“Começou o desespero e agora eles preparam um golpe. O (Michel) Temer estava em São Paulo e voltou para Brasília, porque eles estão perdendo votos e já se ouve até que Eduardo Cunha quer adiar a votação”, afirmou no início da tarde deste sábado (16) o deputado federal Zeca do PT.
Animado com essa perspectiva, logo depois do almoço Zeca do PT postou no seu facebook fotos da reunião na casa do deputado Beto Faro. “Se eles adiarem a votação será um novo golpe, será uma vergonha para a Câmara”, enfatizou. “Eles não tem mais o número de aliados e o Cunha, especialista que é em manobras, está articulando para adiar a votação”, declarou.
O deputado afirma que o colega de parlamento Dagoberto Nogueira (PDT) é contra o impeachment, assim como Vander Loubet (PT). Assim, da bancada de oito deputados federais de Mato Grosso do Sul, cinco votam pelo impeachment e três contra. Confiante de que o PT continua na presidência, Zeca do PT afirmou que a partir de segunda-feira vai ser um ferrenho defensor de que o Governo Federal não conceda mais nenhum benefício à deputada federal Tereza Cristina (PSB) e os senadores do PMDB Simone Tebet e Moka.
Zeca do PT não se inscreveu para discursar neste sábado. “Preferi fazer as articulações, conversar com as pessoas que conheço da época em que fui governador”, afirmou o petista. Segundo ele, pelas contas há de 30 a 40 deputados indecisos, e agora haverá um trabalho forte de convencimento para que eles votem contra o afastamento de Dilma Rousseff. “É hora de conversar olho no olho com cada um dos indecisos”, diz ele.
Ele admite, porém, que o governo do PT precisa promover mudanças urgentes para o Brasil retomar o crescimento. “Eu pessoalmente estou absolutamente convicto que erramos e continuamos errando, ao tentar fazer a reforma da previdência”, destacou o parlamentar que defende a necessidade de uma reforma tributária que desonere os tributos sobre a classe média e aumente a tributação sobre a classe rica. Diz ser necessário também avançar na reforma agrária e promover a reforma do Judiciário e das comunicações.