Após empate, Câmara aprova Parada LGBT no calendário da Capital
Votação terminou empatada em 12 a 12, e foi necessário o presidente da sessão dar o voto de minerva
Por 13 votos favoráveis e 12 contra, os vereadores da Câmara Municipal de Campo Grande aprovaram o projeto de lei complementar que institui no calendário oficial da Capital a “Parada da Cidadania LGBT e Show da Diversidade”. Com a votação empata, foi necessário o voto de minerva do presidente da sessão para resolver o impasse.
O pleito foi precedido por bastante discussão entre os membros do Legislativo. Os contrários ao projeto alegaram que o evento sendo incluso no calendário oficial traria gastos aos cofres do município, enquando os defensores da proposta disseram que a justificativa não procedia e a celebração acontece há anos na cidade.
Durante seus votos, quem votou para que o projeto não fosse aprovado fez questão de descatar que não se tratava de uma ação preconceituosa, mas levava em consideração apenas a questão orçamentária envolvida.
"Acusar alguém de preconceito por votar um projeto é um absurdo", declarou Epaminondas Neto, o Papy (SD).
O debate acabou indo para esse lado após discurso do vereador Valdir Gomes (PP), co-autor da proposta com Eduardo Romero (Rede), em que disse estranhar o fato do projeto ter sido votado separadamente, quando estava prevista para que fosse apreciado em bloco com outras proposições.
"O projeto era para ser votado em conjunto, mas como esse projeto é LGBT mandaram tirar de lado", declarou Gomes. "O preconceito está dentro dessa Casa também. Quero saber se, próxima eleição, vão separar os votos de gays e lésbicas. Acho que foi uma discriminação".
A proposta foi à votação e terminou empatada em 12 a 12, coube ao presidente da sessão, o vereador Derly de Oliveira, o Cazuza (PP), a desempatar a favor da aprovação do projeto.
A missão caberia ao presidente da Câmara, João Rocha (PSDB), mas ele não pode participar da sessão, pois estava reunido com presidente da Santa Casa.
"Não estamos discutindo sobre preconceito, nós estamos discutindo sobre colocar no calendário do município uma comemoração que acontece há mais de 17 anos. Sempre a Prefeitura estendeu as mãos para as marchas não só como LGBT, como também para Jesus e outras entidades. Sendo assim, meu voto é sim", justificou Cazuza.
Votaram pela aprovação do projeto, os vereadores: Wellington de Oliveira (PSDB), Lívio Viana (PSDB), João César Mattogrosso (PSDB), Valdir Gomes (PP), Ademir Santana (PDT), Loester Nunes (PMDB), Carlos Augusto Borges (PSB), Chiquinho Telles (PSD), Lucas de Lima (SD), Cida Amaral (PODE), Otávio Trad (PTB), Eduardo Romero (REDE).
Foram contra: Antônio Cruz (PSDB), Júnior Longo (PSDB), Dharleng Campos (PP), Odilon de Oliveira (PDT), Wilson Sami (PMDB), Roberto Santana (PRB), Gilmar da Cruz (PRB), Francisco Carvalho (PSB), Epaminondas Neto (SD), Vinícius Siqueira (DEM), Ayrton Araújo (PT) e Jeremias Flores (Avante).