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Política

Após votação, vereadores aprovam repúdio a declarações de Marun

Foram 12 votos a favor , 9 contra e uma abstenção

Richelieu de Carlo | 16/03/2017 13:42
Ayrton Araújo (PT) justifica seu voto, no plenário da Câmara. (Foto: Richelieu de Carlo)
Ayrton Araújo (PT) justifica seu voto, no plenário da Câmara. (Foto: Richelieu de Carlo)

Geralmente aprovadas de forma simbólica, sem necessidade de votação, uma moção de repúdio teve que passar pelo crivo de vereadores durante a sessão desta quinta-feira (16), na Câmara Municipal de Campo Grande. Com resultado apertado, ela foi aprovada por 12 votos a favor e 9 contra, além de uma abstenção.

O vereador Valdir Gomes (PP) pediu que o Legislativo municipal repudiasse declarações do deputado federal Carlos Marun (PMDB) sobre protesto que acontece na Capital contra a reforma da Previdência. O parlamentar é presidente da Comissão Especial que analisa a proposta na Câmara dos Deputados.

Desde o fim da manhã de quarta-feira (15), cerca de 300 pessoas estão acampadas em frente ao condomínio de luxo Damha II, onde mora Carlos Marun, na Capital, e pretendem ficar até o próximo domingo (16). Em diversas declarações à imprensa e páginas pessoais, o deputado chamou a manifestação de “covarde” e “desrespeitosa”, inclusive em entrevista ao Campo Grande News.

A declaração não agradou Valdir Gomes, presidente da Comissão de Educação da casa de leis municipal, que, por sua vez, considerou um desrespeito a fala de Marun que recai sobre educadores, categoria com maior número de participantes do protesto.

“Ele precisa ter mais respeito pelos profissionais da educação. Não aceito a forma que o deputado Marun vem tratando a educação. Ele está querendo ser Deus, ao não querer ouvir os representantes da educação”, disparou Valdir Gomes.

Logo em seguida, o vereador apresentou a moção de repúdio. Quando ela estava prestes a ser aprovada, em nome de todos os membros da casa simbolicamente, Otávio Trad (PTB) solicitou que houvesse votação nominal por todos os membros do Legislativo. “Queria que ficasse claro, de forma democrática, que nem todos eram a favor da moção”, justificou.

Valdir Gomes (PP), após o resultado da votação. (Foto: Richelieu de Carlo)
Valdir Gomes (PP), após o resultado da votação. (Foto: Richelieu de Carlo)

Encabeçados por Otávio, os que eram contra a moção defendiam, de forma geral, o direito à “liberdade de expressão” de Carlos Marun, e que este apenas quis defender sua família. “Não ouvi nada de ofensivo, ele (Marun) estava preocupado com a família”, alegou Odilon de Oliveira (PDT), ao justificar seu voto.

“Vivemos em um a país em que existe a livre manifestação de pensamento.
Sou contra a reforma da previdência como está, mas o deputado tem direito a defender suas opiniões”, disse Wellington Oliveira (PSDB).

Os que apoiaram a moção, além de concordar com a posição de Valdir Gomes, consideravam que há “limites” para as declarações, ainda mais vindo de um parlamentar do Congresso Nacional. “Existem regras de respeito sociais entre os cidadãos”, afirmou Eduardo Romero, ao defender seu vota a favor.

Por fim, a moção foi aprovada por 12 votos a favor, 9 contra e uma abstenção. Sete parlamentares não estavam presentes no plenário, durante o pleito. Entre eles os dois correligionários de Marun, os peemedebistas Loester Nunes e Wilson Sami.

A favor: Valdir Gomes (PP), Dharleng Campos (PP), Derly de Oliveira, o Cazuza (PP), Roberto dos Santos, o Betinho (PRB), Francisco Carvalho (PSB), Hederson Fritz (PSD), Lucas de Lima (SD), Epaminondas Neto, o Papy (SD), Ayrton Araújo (PT), Cida do Amaral (PTN), Wilian Maksoud (PMN) e Eduardo Romero (Rede).

Contra: Otávio Trad (PTB), Odilon de Oliveira (PDT), Lívio Viana (PSDB), Júnior Longo (PSDB), Wellington Oliveira (PSDB), João César Mattogrosso (PSDB), Gilmar da Cruz (PRB), Chiquinho Telles (PSD) e Pastor Jeremias Flores (PTdoB).

Abstenção: Vinícius Siqueira (DEM).

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