Brasil e Paraguai discutem questão aduaneira que pode burocratizar transporte
Ministra paraguaia falou com representantes de MS sobre obras da Rota no país vizinho
A ministra do Planejamento e Orçamento, Simone Tebet; o governador do Estado, Eduardo Riedel, do PSDB; e o secretário de Meio Ambiente, Desenvolvimento, Ciência, Tecnologia e Inovação, Jaime Verruck, conversaram ontem com a ministra de Obras Públicas e Comunicação do Paraguai, Cláudia Centurion, sobre o avanço das obras para consolidar a Rota Bioceânica. Para além da malha viária que vai assegurar o fluxo dos veículos, existe a preocupação com a questão aduaneira, que pode burocratizar o ritmo do transporte.
Conforme Verruck, a ministra apontou que nos próximos meses já devem ser iniciadas as partes que faltam de pavimentação no lado paraguaio. Trata-se de um trecho de 224 quilômetros de pavimentação ligando a cidade de Marechal Estigarriba e o município de Pozo Hondo, na região conhecida como Picada 500. A estimativa é que esse trecho fique pronto junto com a ponte sobre o Rio Paragauai, em Porto Murtinho, que está sendo visitada pelo grupo esta manhã, além de políticos do Estado. e a presença anunciada do ministro da Integração e Desenvolvimento Regional, Waldez Góes. A expectativa é que tudo esteja pronto no segundo semestre do ano que vem.
O secretário relatou que há uma preocupação com a forma como serão definidas as questões aduaneiras na fronteira, para evitar que a burocracia dificulte a agilidade do transporte, situação que interfere na competitividade, explicou.
No lado brasileiro, falta a construção de um anel viário antes de Porto Murtinho, e o acesso à ponte, que segue com frentes no lado brasileiro e no Paraguaio, no município de Carmello Peralta. No lado de cá, a obra, já contratada pelo DNIT, incluirá uma praça exatamente para a instalação dos serviços fiscais e de vigilância.
A rota foi tema de um evento ontem à noite, em Assunção, onde o grupo de autoridades do estado conversou com a ministra. Conforme Verruck, o presidente do país vizinho, Santiago Peña, pôde revelar a expectativa de crescimento projetada com a ativação da Rota.
Segundo Verruck, “a Rota, na verdade, é o grande potencial de desenvolvimento do norte paraguaio, que até então não tinha sido mostrada. Então, a Rota, além de ela gerar todo um fluxo para o Pacífico/ Brasil, ela, na verdade, gera toda uma capacidade do Paraguai desenvolver o norte”. As regiões mencionadas pelo secretário são a de Alto Paraguai e Boqueirão.