Briga entre índios e deputados sobre boicote a produtos encerra sessão
Uma discussão entre um grupo de pelo menos 40 indígenas e os deputados Paulo Corrêa (PR) e Mara Caseiro (PTdoB), terminou com o encerramento da sessão da Assembleia Legislativa desta quinta-feira (22). A polêmica começou quando os índios chegou ao local para apoiar a criação da CPI que apura se houve omissão do Estado nos casos de morte e violência praticada contra os povos indígenas entre 2000 a 2015.
A confusão começou quando o grupo se mostrou favorável a um boicote contra os produtos do agronegócio do Estado. "Há sangue indígena na produção do Estado", disse a líder Sônia Guajajara, coordenadora executiva da APIB (Associação de Povos Indígenas do Brasil), que ocupou a tribuna para incentivar o lançamento da campanha de boicote.
Nesse momento o deputado Paulo Corrêa se mostrou contrário ao discurso dos índios e solicitou que a mesa diretora apurasse o RG, CPF e a té comprovante de residência da líder indígena. No entanto, ele não explicou o motivo da solicitação.
Além disso, o deputado disse que era possível discutir sobre a CPI, mas quanto ao boicote, seria impossível. Em apoio ao colega, a deputada Mara Caseiro também se mostrou contrária a reivindicação do grupo. "Todos iremos morrer de fome se houver um boicote aos nossos produtos", ressaltou.
Revoltados, os índios começaram a gritar. Foi quando o deputado Paulo Corrêa se dirigiu até a mureta, próxima ao público e começou a discutir com os indígenas. .
O clima ficou tenso e o deputado Junior Mochi (PMDB) acabou encerrando a sessão. Com a decisão o grupo acabou deixando o plenário, se concentrando na área externa da Assembleia, com faixas e realizando danças típicas. Após o fim do tumulto, a sessão foi retomada.