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Política

Campanha terá como destaque a discussão sobre a reforma política

Leonardo Rocha e Aline dos Santos | 18/02/2015 12:18
Dom Dimas destaca as prioridades da reforma política, uma das metas da campanha de fraternidade (Foto: Alcides Neto)
Dom Dimas destaca as prioridades da reforma política, uma das metas da campanha de fraternidade (Foto: Alcides Neto)

A Campanha da Fraternidade de 2015, da CNBB (Conferência Nacional dos Bispos do Brasil), terá como destaque a discussão sobre a reforma política no país, inclusive contribuindo com a coleta de assinaturas, que serão enviadas ao Congresso Nacional. A intenção é conscientizar a população e criar novas regras que possam coibir os constantes casos de corrupção.

"Primeiro falamos da ficha limpa, agora é uma situação mais difícil, pois deixa de ser apenas um item, para ser várias mudanças. Estamos participando juntos com uma série de entidades, entre elas a OAB (Ordem dos Advogados do Brasil)", explicou o arcebispo de Campo Grande, Dom Dimas de Lara.

Ele ressaltou que nesta reforma política existem quatro questões que são tratadas como prioridades. A primeira é sobre o fim do financiamento privado de campanha, para evitar novos casos de corrupção nesta área."Tem empresas que gastam milhões durante a campanha, temos por exemplo o caso da Petrobras, que não é brincadeira", citou. 

O arcebispo ainda destaca que com financiamento público, as eleições não poderiam ter por exemplo até 600 candidatos a vereador. A segunda questão levantada é a realização da eleição em dois turnos, primeiro se escolhendo o melhor plano de governo, para depois se optar pela lista de candidatos. "Continuaria votando nas pessoas".

A terceira mudança seria uma participação maior das mulheres neste processo eleitoral, chegando até a 40% da representação, já que segundo ele, hoje a participação deste público em cargos eletivos não chega a 8%.

Outra prioridade é a regulação do artigo 14 da Constituição Federal, que trata sobre três caminhos da democracia: plebiscito, referendo e projeto de lei de iniciativa popular. "Nunca foram regulamentadas, uma coleta de assinaturas representa mais uma pressão popular e política, já que precisa de um deputado para tomar autoria do projeto".

Momento - O arcebispo reconheceu que a discussão atual demostra um momento histórico para sociedade, mas lembrou que há muito tempo a CNBB já faz esta discussão sobre reforma política, por acreditar que é essencial ao país.

Ele também aconselha a população a ter cuidados e ações no dia a dia, para deixar o tal "jeitinho brasileiro" de lado e não praticar no cotidiano pequenos atos de corrupção. "Como por exemplo abastecer o carro e pedir para colocar outro valor na nota", apontou.

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